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HISTÓRIA
FAMÍLIA BEDIN
A história da família no Brasil começou há quase 120 anos, quando o nonno Alfredo, como muitos italianos, chegou a terras paulistas para trabalhar na lavoura do café. Hoje, Ana Cristina Grassi Tamiso, 44 anos, formada em direito, casada, quatro filhos, tem sua vida dedicada à Itália, aonde vai com muita frequência. Tanto no campo do turismo como no ensino da língua de Dante. Esta especialista em Itália nascida em Campinas e residente em Vinhedo, também no estado de São Paulo, conversou sobre tudo isso com o repórter Maurício Cannone.
Ano? 1898. Local? Adria, na província de Rovigo, região do Vêneto, Norte da Itália. Segundo alguns historiadores, a cidade que teria dado origem ao nome do mar Adriático. O nonno, como tantos outros imigrantes, desembarcou no Porto de Santos. De lá os recém-chegados eram encaminhados à Hospedaria dos Imigrantes, em São Paulo, onde recebiam cuidados médicos, se necessário, desinfetavam-se, alimentavam-se, tomavam banho e aguardavam oportunidades de emprego. Mas, naquela época, a procura por trabalhadores era tão grande que ficavam em média pouquíssimo tempo na hospedaria onde atualmente funciona o Museu da Imigração no bairro paulistano da Mooca, um dos redutos dos italianos que se estabeleceram no Brasil.
— Meu avô Alfredo chegou a São Paulo ainda bebê. De Adria foi a Gênova, onde tomou o vapor Sempione rumo ao Brasil. Depois, trabalhou na lavoura do café. O interessante é que ele tinha duas certidões de nascimento. E fui eu que descobri, mas meu pai sabia que ele era italiano. O fazendeiro de Posse de Ressaca (bairro de Santo Antônio de Posse), no interior paulista, fez uma certidão falsa para que ele votasse quando tinha 16 anos, aumentando em dois anos sua idade. Alfredo Tamiso tinha também Benedetto no nome. Mas quando ele chegou ao Brasil tiraram o Benedetto e foi uma confusão — conta Ana Cristina..
Além de Alfredo, outros ancestrais da família emigraram do Belpaese em direção a outros países:
— Meus quatro avós vieram da Itália. Estudei minha árvore genealógica desde 1200. O sobrenome Grassi é relativamente novo, com origem no século XVII. Antes, o sobrenome da minha família era
BEDIN Uma parte dela foi para a Inglaterra. Meu avô materno, de sobrenome Grassi, veio de Mantova.
Advogada, Ana Cristina exerceu a profissão, mas estava com a cabeça voltada para a Itália. E decidiu mudar para fazer o que mais gostava.
— Estudei italiano em Perugia. Na infância, minha criação foi na cultura italiana, pela qual já era apaixonada, além da língua — contou
Hoje, o turismo e o ensino da língua são suas profissões, além de promover a cultura de seus ancestrais no site italiana.blog.br:
— Vou quatro vezes por ano à Itália. Isso tudo cresceu e tomou grandes proporções. Faço cursos da língua lá, além de ensinar a viver na Itália. Fizemos curso na Toscana de cozinha, de como fazer massa com rolo, além de trabalhar na colheita da azeitona. Além de duas viagens anuais com estudantes, também faço duas viagens sozinha para colher informações para o blog.
As viagens não se limitam à terra dos antepassados: Ana também roda pelo Brasil em busca das raízes deixadas pelos primeiros imigrantes, entre os quais o estudo do Talian, o idioma derivado de vários dialetos italianos, principalmente do vêneto, além da mistura com o português. Em 2014, o talian foi reconhecido como patrimônio nacional.
— Em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, fiz uma pesquisa sobre o dialeto. Como não há gramática, cada um fala de um jeito. Lá não deixam morrer a cultura da imigração — finaliza.
Publicado na revista
IlLettoreRacconta
Tradução:Google
Pesquisa:Internet
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