HISTORIA DA IMIGRAÇÃO ITALIANA PARA O BRASIL
Longe da pátria-mãe, os imigrantes defrontava-se com
situações novas que deveriam resolver, sozinhos. Sentindo-se sós, juntavam-se as
diferentes famílias, para ajudar-se mutuamente. E extremamente por isso nasceria
a atual SBB (antiga Societa de Mutuo Socorso). Muitos nem sabiam ler e
escrever, mas sempre tinha alguém que ajudava, até na contabilidade. Era o que
fazia, por exemplo, o italiano Caetano Cipalla; em troca , preparavam “rua de
café” para ele carpir, arruar e tirar mato. Era o sistema italiano de débito e crédito” .Texto extraído do
livro Vargem Grande do Sul, em prosa, verso e fotos.
Alguns imigrantes não se adaptaram à vida no campo, até
porque já saíram da Itália com profissão própria (artesão, carpinteiro,
ferreiro).Outros, já familiarizados com a vida nos campos , acabaram
tornando-se proprietários de terras, casos de Constante Bonvento, Antonio Bovo,
Angelo Cavalheiro, Armando Caclhoia, Aureliano Franchi, Santo Paluan,José
Rinaldi e Aurélio Sandrini.
Aqueles que se transferiram para o núcleo urbano,
impulsionaram seu desenvolvimento, atuando nos mais diversos ramos de
atividades.
As transformações ocorridas na economia brasileira a
partir da segunda metade do século XIX, propiciaram o advento da lavoura cafeeira.
Inicialmente abastecida pelo trabalho do escravo negro. Com as restrições à escravidão
(iniciadas em 1870).que culminaram com a abolição da escravatura em 1888, foram
criados incentivos para trazer mão de obra europeia para trabalhar nas lavoura
de café. Já no ano de 1878. O governador da Província de São Paulo, Antonio de
Queiroz Teles – o Visconde de Parnaíba – percorreu alguns países europeus em
busca de contatos que possibilitassem a vinda de imigrantes para as fazendas.
No ano de 1886 ele constituiu a Sociedade Promotora de Imigração para atingir aquele objetiv
A partir daí criou-se uma Política Imigratória com
legislação federal que estabelecia normas desde o transporte até a real
introdução dos imigrantes nas propriedades agrícolas. A atração dos
estrangeiros para o “paraíso tropical” era feita pelas Companhias de Migração.
Elas procuravam convencer famílias inteiras, de cidades pequenas , médias e até
grandes a se transferirem para o Brasil,
não importava a profissão, nem mesmo a
origem. Assim , camponeses, analfabetos, comerciantes falidos, ex-proprietário
de terras, inimigos do regime político em vigor , profissionais liberais- todos
serviam. E, via de regra, a viagem era gratuita
Estima-se que a imigração italiana para o país – num período
de aproximadamente 100 anos – tenha trazido até um milhão e meio de pessoas,
das quais 70% para o Estado de São Paulo.
Os imigrantes italianos vinham em navios não muito
grandes, partindo principalmente dos portos de Genova e Napoli. Viajavam
desconfortavelmente, em porões com espaço limitado. Geralmente o número de
passageiros era superior à capacidade de lotação do navio. Segundo relatos, os
imigrantes eram divididos em grupos de 10 pessoas, com um chefe que ficava responsável
pelos utensílios domésticos que serviam às péssimas refeições. Por sorte, pelo
menos para os primeiros dias de viagem, a maioria dos imigrantes tinha um
abastecimento próprio de queijos, salsichas, salames e presuntos. Como
distração, jogavam a “tombola”, utilizando botões, rolinhos de pão ou
pedacinhos de bolachas
Desembarcavam nos portos de Santos e do Rio de Janeiro.
Os imigrantes que se dirigiram para a região de Vargem Grande do Sul. Quase todos
desembarcaram em Santos. De La, vinham por estrada de ferro para São Paulo. Daí
dirigiam-se às fazendas, ainda por ramais ferroviários ou em carroças
Para Vargem Grande do Sul, vieram aproximadamente 900
pessoas.
A maior parte delas está registrada no LIVRO DE REGISTRO
DE ESTRANGEIROS, DE ACORDO COM O DCRETO N 3,010, em seu artigo 149, datado de
20/08/1938. Este decreto obrigava, em função da guerra, todos os estrangeiros
vivos e maiores de 18 anos a se registrar onde morassem e trabalhessem. Nem
todos os imigrantes se registraram porque:
1) Alguns
imigrantes já tinham falecido na época do registro, e seus filhos, aqui
nascidos, não tinham a obrigatoriedade do registro.
2) Alguns
outros imigrantes já tinham mudado para outra região, quando da época da
obrigatoriedade do registro.
3) Imigrantes
que vieram para cidade após o término da guerra.
Vieram da
Itália diretamente para Vargem Grande do Sul, aproximadamente 600 pessoas e
indiretamente outras 300 pessoas.
Entre os anos
de 1895 e 1900 a população do município(1.300 habitantes) aumentou em 50%, por causa da vinda dos
imigrantes italianos. Vargem Grande do Sul possui, atualmente, mais de 3.000
famílias descendentes de italianos, o que corresponde a mais de 40% das pessoas
aqui residentes
Ressalte-se
que, na década de 70, os descendentes de italianos perfaziam 60% da populacão
total . Os 600 imigrantes diretos que vieram para a cidade tiveram uma descendência
de aproximadamente 2.600 filhos, dos quais, 1.900 são falecidos. Os outros 700,
ainda vivos, estão distribuídos entre Vargem Grande do Sul (cerca de
40%),outras cidades do estado e outros estados.
Do norte da
Itália – especialmente das regiões do VENETO, da Lombardia e do Piemonte – veio
65% dos imigrantes italianos. As cidades eram Veneza, Treviso, Revigo, Bergamo
e Montova. Do sul da Itália e da Sicilia, basicamente das cidades de Napoli,
Caserta e Caltanisseta, veio 15% da população imigrante. O restante (20%) veio
das cidades de Lucca, Roma e Aquilla, localizadas nas regiões da Toscana, Lazio
e Abruzzo
Desde o inicio
do século XX até os dias atuais a participação do imigrante italiano tem sido
expressiva. A maioria das empresas comerciais, industriais e prestadoras de
serviços são dirigidas por descendentes de imigrantes. Também é comum encontrar
sobrenome italianos nas Diretorias e/ou Conselhos de Clubes de Lazer,
Sindicatos, Lojas Maçônicas, Entidades de Classe e Associações Civis. Não são
poucos ainda os descendentes de imigrantes italianos que trabalham como operários
das indústrias, como funcionários públicos e como prestadores de serviços. No
próprio meio rural ainda se destacam como agricultores e proprietários de Terras.
A SBB E O CIRCOLO – Há mais de 100 anos
nascia a SOCIETÁ OPERÁRIA ITALIANA MUTUO SOCORSO DANTE ALIGHIERI. Foi
organizada por um grupo de Imigrantes Italianos. Tinha , inicialmente ,o objetivo
de proporcionar atividades de laser e de convívio social aos imigrantes.
Tornou-se, anos depois, também beneficente prestando serviços médicos gratuitos
a associados e fornecendo caixões funerários a indigentes. Seu primeiro
presidente foi Emilio Bassi, um dos fundadores. Recursos dos associados e
recursos extras obtidos em campanhas permitiram a construçao de sede própria. A
partir de 1940, por causa da guerra teve o nome mudado para SOCIEDADE
BENEFICENTE BRASILEIRA – SBB. Passaram pela sua direção e participaram da fundação
sobrenomes como Coracini, Nardini, Beloni,Baizi, Menossi, Basilio, Molinari,
Pratali, Bassi, Sbardelini, Canal,Lupetti, TONIN, Lodi, Maquesini, Cossi e
Filipni, entre outros.
Mais
recentemente, descendentes de imigrantes italianos fundaram o CIRCULO CULTURAL
ITALO-BRASILEIRO, em 15/05/2002, com o objetivo de divulgar a cultura e
tradições italianas, através de ensino da língua e assistência escolar, formação e aperfeiçoamento profissional. Propõe-se ainda a incrementar
iniciativas de cunho artístico e social, além de ajudar trabalhadores italianos
e suas famílias. Participam da fundação do CIRCULO sobrenomes italianos de
famílias tradicionais da cidade, como Vidale, Cosi, Silvestri, Coracini, Rega,
Fasnella, Cipolla, Stoppa, Ligabue, Malagutti, Bologna, Nignardi, Longuini, Ronqui,
Buosi, Sbardelini, Angeli, Avanzi,Milan, Corsi, Fogaroli, Manzini, FORLIN E Menossi.
O CIRUCLO tem registro no Consulado Italiano de São Paulo e Comites (Comitato
Per Italiani All’ Estero) e na Fecibesp (Federação de Entidades Culturais
Italo-Brasileiros do Estado de São Paulo
OBSERVAÇÃO
Esta historia,
é referente a cidade de VARGEM GRANDE DO SUL, mas poderia ser de qualquer
cidade que recebeu imigração italiana, por isso estamos colocando no blog, por
hoje ser o dia do imigrante.
Pesquisa da
internet.
Bom dia.
ResponderExcluirVocês tem alguma informação sobre a familia LIGABUE?
Bom dia.
ResponderExcluirVocês tem alguma informação sobre a familia LIGABUE?
As informações aqui constantes precisam ser atualizadas, pois são de altíssima relevância para a história de Vargem Grande do Sul. Então, a título de colaboração, acrescento que o italiano Pellegrini Tovani (cujo nome recebeu no Brasil diversas variações, a principal delas Pelegrino Tovani) desembarcou no Porto do RJ em 17/07/1887, vindo no Vapor Paraguay. Ele viajou para o Brasil provavelmente sozinho e tinha na época 28 anos de idade. Em 19/07/1887 registrou-se na Hospedaria do Imigrante em SP e declarou estar a caminho de Casa Branca, mas na verdade estabeleceu-se em Vargem Grande do Sul e exercia a profissäo de pedreiro. Ele era casa com uma também italiana e quando imigrou para o Brasil trouxe dois filhos nascidos na Itália: José Tovani (alfaiate) e Attílio Tovani (sapateiro). Em VGSul teve mais trës filhos, dentre os quais meu avô paterno Oreste Tovani, que nasceu 16/11/1905.
ResponderExcluirDessa forma, meu bisavô paterno, o italiano Pellegrini Tovani (Pelegrino Tovani), foi um dos primeiros - senão o primeiro - italiano a se fixar em Vargem Grande do Sul, cidade onde certamente ainda tem descendentes vivos. (a) Ronaldo Tovani, juiz aposentado, São Paulo - SP, (11) 99634-6350, ronaldo.tovani@hotmail.com
As informações aqui constantes precisam ser atualizadas, pois são de altíssima relevância para a história de Vargem Grande do Sul. Então, a título de colaboração, acrescento que o italiano Pellegrini Tovani (cujo nome recebeu no Brasil diversas variações, a principal delas Pelegrino Tovani) desembarcou no Porto do RJ em 17/07/1887, vindo no Vapor Paraguay. Ele viajou para o Brasil provavelmente sozinho e tinha na época 28 anos de idade. Em 19/07/1887 registrou-se na Hospedaria do Imigrante em SP e declarou estar a caminho de Casa Branca, mas na verdade estabeleceu-se em Vargem Grande do Sul e exercia a profissäo de pedreiro. Ele era casa com uma também italiana e quando imigrou para o Brasil trouxe dois filhos nascidos na Itália: José Tovani (alfaiate) e Attílio Tovani (sapateiro). Em VGSul teve mais trës filhos, dentre os quais meu avô paterno Oreste Tovani, que nasceu 16/11/1905.
ResponderExcluirDessa forma, meu bisavô paterno, o italiano Pellegrini Tovani (Pelegrino Tovani), foi um dos primeiros - senão o primeiro - italiano a se fixar em Vargem Grande do Sul, cidade onde certamente ainda tem descendentes vivos. (a) Ronaldo Tovani, juiz aposentado, São Paulo - SP, (11) 99634-6350, ronaldo.tovani@hotmail.com
Alguém tem informação da família Batistão
ResponderExcluirOlá vocês tem algumas informações sobre a família bedin e cancelieri?
ResponderExcluirAlguma informação sobre a família salla
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