16 de dezembro de 2018

Postagem 2.436
BEDIN V.I.P.

PROF.DR.VALCINIR BEDIN


 - Médico pela Universidade de São Paulo - USP
- Mestre e Doutor em Medicina pela UNICAMP
- Prof. convidado da Universidade Vadois - Lausanne-Suiça
- Prof. e Coordenador do Curso de Pós Grad. em Derma. e em Med. Estética da FTESM - FPS - SBME
- Ex-professor da Faculdade de Medicina de Jundiaí
- Presidente da regional São Paulo da Sociedade Brasileira de Medicina Estética
- Presidente da Sociedade Brasileira para Estudos do Cabelo
- Diretor do Instituto de Pesquisa e Tratamento do Cabelo e da Pele
- Diretor do CIPE - Centro Integrado de Prevenção do Envelhecimento
- Ex-delegado do Conselho Regional de Medicina de São Paulo

Diretor do Instituto de Pesquisa e Tratamento do Cabelo e da Pele 


Cabelos e poluição
Valcinir BEDIN

colunistas@tecnopress-editora.com.br
Valcinir BEDIN

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que aproximadamente 90% da população mundial vive em cidades onde a qualidade do ar é considerada má ou péssima.

Esta medida parte do princípio das quantidades de poluentes encontrados no ar. Esta medição é feita através de aparelhos sofi sticados localizados em estações epaciais que captam amostras de ar a cada 5 segundos e fazem 17 mil leituras por dia.

Medidores automáticos têm um feixe de luz que atravessa a amostra de ar. Essa luz realça as partículas em suspensão e permite a identificação de tudo que está contido no ar. A amostra é então comparada a gases puros e certificados pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos, a EPA. A análise é então processada e dá um resultado numérico de partículas encontradas por metro cúbico de ar.

Além da poluição gasosa, o material particulado fino é mais prejudicial à pele e aos cabelos, causando um dano oxidativo no bulbo capilar e levando à possibilidade de queda dos fios.

Ainda em relação à pele do couro cabeludo, podemos ter, por conta das partículas encontradas no ar, agressões do tipo dermatite de contato por sensibilização ou por irritante primário, deixando-o mais sensível e menos saudável.

Como o folículo piloso é uma via de fácil acesso à corrente sanguínea adjacente, podemos ter também a influência de gases tóxicos no ar, como os do fumo (nicotina) ou outros elementos nocivos à saúde.

Cientistas da University of London acreditam que as toxinas encontradas no ar poluído e na fumaça do cigarro podem fazer com que o cabelo pare de crescer ao bloquear as proteínas que produzem os fios.

Os pesquisadores confi rmaram que a calvície é hereditária, mas que fatores ambientais podem exacerbá-la.

Para confirmar sua tese, eles retiraram folículos capilares de amostras de cabelo de homens com calvície e os analisaram em laboratório.

Estes cientistas identificaram deficiências no processo de crescimento dos fios, causadas por estresse oxidativo - que resulta no acúmulo de radicais livres, danificando as células.

O estresse oxidativo é agravado pelos efeitos da fumaça do cigarro e da poluição do ar, acrescentaram os especialistas.

Qualquer poluente que entre na corrente sanguínea, na pele ou no folículo capilar pode causar algum tipo de estresse e interferir na capacidade do cabelo de construir a fibra capilar.

Conclui-se que, além da base hereditária para a perda de cabelo, existem fatores ambientais que também devem ser considerados.

Com esses resultados do estudo, aumentam a esperança de novos tratamentos para a calvície, que podem incluir o desenvolvimento de cremes para atuar localmente no combate aos efeitos dos poluentes.

Além desses dados que podem afetar internamente os fios, temos os efeitos externos da poluição, pois as partículas em suspensão no ar têm uma capacidade muito grande de aderência e entram em contato direto com as cutículas dos fios, alterando o brilho e a penteabilidade.

Como sabemos, brilho é reflexo de luz, e uma cutícula não íntegra não reflete a luz. Outro agravante é o excesso de oleosidade que acaba aparecendo pelo estímulo de alguns gases poluentes. Isso leva a uma maior sujidade e à diminuição do brilho, além de uma aparência de menor volume.

Como resolver este problema? Como mudar de cidade e viver no campo não parece ser uma opção, temos que enfrentar a poluição da melhor maneira possível, através da prevenção e da correção dos danos, para que eles não sejam cumulativos e levem a uma situação sem volta.

Pode parecer simples, mas o segredo é manter os cabelos sempre limpos, através de uma lavagem adequada, com produtos indicados para cada tipo de cabelos (shampoos, condicionadores, finalizadores), com técnica correta e, eventualmente, a ajuda de produtos especialmente desenvolvidos para isso com a intenção não apenas de limpar os fios mas eliminar todos os vestígios da poluição.

Alguns truques simples: antes de lavar, deve-se escovar bem os cabelos, pois esta atitude vai fazer com que eliminemos grande parte das partículas e de sujidades ambientais maiores.

Depois, deve-se molhar os cabelos e o couro cabeludo com água a uma temperatura entre 22 e 24°C e aplicar o shampoo, fora da ação da água, massageando a área com as polpas digitais, com movimentos circulares, por cerca de três minutos.

Após esta etapa, deve-se proceder o enxague com água corrente, de cima para baixo, de forma abundante, sem esfregar os fios ou o couro cabeludo, diminuindo-se a temperatura até a ambiente, para melhorar a penteabilidade e o brilho.

Pentear os fios com pentes que não provoquem eletricidade estática (madeira ou osso) pode ajudar a finalização.
Pesquisa:Internet

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