BEDIN V.I.P.
PROF.DR.VALCINIR BEDIN
- Médico pela Universidade de São Paulo - USP
- Mestre e Doutor em Medicina pela UNICAMP
- Prof. convidado da Universidade Vadois - Lausanne-Suiça
- Prof. e Coordenador do Curso de Pós Grad. em Derma. e em Med. Estética da FTESM - FPS - SBME
- Ex-professor da Faculdade de Medicina de Jundiaí
- Presidente da regional São Paulo da Sociedade Brasileira de Medicina Estética
- Presidente da Sociedade Brasileira para Estudos do Cabelo
- Diretor do Instituto de Pesquisa e Tratamento do Cabelo e da Pele
- Diretor do CIPE - Centro Integrado de Prevenção do Envelhecimento
- Ex-delegado do Conselho Regional de Medicina de São Paulo
Diretor do Instituto de Pesquisa e Tratamento do Cabelo e da Pele
Tricologia e quimioterapia
colunistas@tecnopress-editora.com.br
Valcinir BEDIN
A quimioterapia é o tratamento que se faz em pacientes com câncer. O nome é genérico, uma vez que, para cada caso teremos um tipo de medicamento
diferente e uma frequência também distinta das aplicações.
O importante é frisar que o que se busca com este tipo de intervenção é parar a divisão celular anormal que ocorre com as células neoplásicas (tumorais). A maioria das drogas utilizadas neste processo tem como objetivo destruir células com alta atividade proliferativa, características dessas células malignas.
Mas, infelizmente, as células do cabelo também têm essas mesmas características. Devemos lembrar que os cabelos crescem em torno de 1 cm por mês durante seis a sete anos, antes de cair. Para que isso ocorra, é necessário que haja uma intensa e contínua divisão celular na raiz do fio capilar.
O quimioterápico que é introduzido na circulação do paciente com câncer, com o intuito de destruir as células malignas, acaba também destruindo as células proliferativas dos cabelos, levando a uma perda aguda dos fios.
Nem todos os quimioterápicos fazem os cabelos cair. As opções que mais têm esse efeito maléfico são as denominadas antracíclicas e os taxanos. Os cânceres de mama e os linfomas são os que mais utilizam estes tipos de drogas, mas com posologias variadas. Então, podem ou não fazer os cabelos caírem com mais ou menos intensidade. Só depois de ser estabelecido o esquema de tratamento é que vamos saber se a alopecia será ou não um efeito colateral.
O que observamos na prática clínica é que, depois de passado o susto do diagnóstico inicial da doença, o que mais incomoda os pacientes, em especial as mulheres, é a queda dos cabelos.
Várias pacientes referem que não estão preocupadas em ter câncer, mas que a falta dos cabelos é muito difícil de controlar. O cabelo começa a cair, normalmente, no início do segundo ciclo, ou seja, depois de 14 a 21 dias de tratamento. A paciente percebe essa queda durante o banho, ao acordar e também quando se penteia. Até por conta da ansiedade que isso causa, os médicos, em geral, sugerem que as pacientes raspem o couro cabeludo nesta fase. Outra alternativa é, antes de começar a quimio, cortar os cabelos e mandar fazer uma prótese, que poderá ser usada depois. Como sabemos que a autoestima tem um peso grande no processo de cura dessas pacientes, é de se acreditar que algo precisa ser feito para evitar que isso ocorra.
Há muito se especula que, se encontrássemos uma maneira de evitar que o quimioterápico chegasse com carga total aos folículos capilares, poderíamos ter algum resultado positivo na preservação dos fios. Hoje temos no Brasil uma tecnologia, aprovada pela Anvisa, que faz uso do frio para evitar a perda total dos cabelos.
Uma touca gelada, com temperatura ao redor de 4 °C, é colocada na cabeça da paciente uma hora antes da aplicação do quimioterápico. Ela aí deve permanecer durante toda a aplicação e por mais uma hora após o término. Com isso, a circulação da droga fica muito diminuída no local, devido à vasoconstrição causada pelo frio. Com menor circulação, temos menor efeito do medicamento nas células do cabelo e, portanto, maior permanência dos fios. Segundo estudos do fabricante, temos entre 60% e 100% de sucesso, com pequenos efeitos colaterais como dor de cabeça e mal estar por causa da sensação de aperto que a touca causa.
O procedimento, no entanto, é contraindicado em doentes com neoplasias hematológicas – como leucemias, linfomas e outras variações do que também se chama “câncer líquido”.
Esses tumores podem dar metástases para o couro cabeludo e, por isso, nesses casos não é recomendado o uso da touca.
A quimioterapia altera as células germinativas do couro de forma que elas acabam morrendo. Quando os fios voltam a crescer, eles crescem em ciclos diferentes, primeiro mais grossos, depois mais finos, o que deixa o cabelo desigual. Além disso, também ocorre uma redução da espessura da fibra capilar. Por isso, é normal o cabelo ficar mais ondulado e um pouco mais frágil no início. Também é bastante comum nascerem alguns fios grisalhos. Os cabelos vão voltar a ser o que eram antes, porém, durante o período em que você notar que o cabelo ainda não é da mesma forma que era antes, é importante tomar certos cuidados.
É necessário evitar os tratamentos químicos (como tinturas, escovas progressivas, permanentes, luzes ou relaxamento) por um período de três meses e aplicar shampoos suaves e em dias alternados.
Eventualmente durante a quimio e, essencialmente depois do tratamento, o uso de suplementos pode ajudar a fazer mais cabelos. Os fios começam a aparecer por volta dos 40 dias após o término do tratamento e podem crescer de maneira não homogênea. Técnicas cosméticas como o uso de tonalizantes podem ser utilizadas.
Uma dieta equilibrada e rica em proteínas pode auxiliar o processo de retomada dos fios. A orientação especializada nesta fase é essencial, bem como o acolhimento e a dedicação aos pacientes nesta situação.
Pesquisa:Internet
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