26 de junho de 2017

Postagem 1.885
BEDIN V.I.P.

PROF.DR.VALCINIR BEDIN




- Médico pela Universidade de São Paulo - USP
- Mestre e Doutor em Medicina pela UNICAMP
- Prof. convidado da Universidade Vadois - Lausanne-Suiça
- Prof. e Coordenador do Curso de Pós Grad. em Derma. e em Med. Estética da FTESM - FPS - SBME
- Ex-professor da Faculdade de Medicina de Jundiaí
- Presidente da regional São Paulo da Sociedade Brasileira de Medicina Estética
- Presidente da Sociedade Brasileira para Estudos do Cabelo
- Diretor do Instituto de Pesquisa e Tratamento do Cabelo e da Pele
- Diretor do CIPE - Centro Integrado de Prevenção do Envelhecimento
- Ex-delegado do Conselho Regional de Medicina de São Paulo 
Diretor do Instituto de Pesquisa e Tratamento do Cabelo e da Pele   


Tratando pela raiz
 ESCRITO PORADMIN




Hora para acordar, contas a pagar, unhas por fazer e uma enorme cesta de roupas para lavar. Em meio a um dia-a-dia tão corrido, e a uma rotina repleta de obrigações, basta um probleminha qualquer surgir em nossas vidas para sentirmos nosso organismo reagir. Os efeitos colaterais decorrentes de um sistema nervoso desequilibrado são inúmeros, mas, quando surgem na cabeça, são pra lá de inconvenientes. E não estamos falando de neuras, paranóias, ou nada que se manifeste dentro de nossa cachola pensante. A cabeça em questão é o couro cabeludo, vítima também nos casos de estresse, desequilíbrios hormonais, medicamentos agressivos ou tinturas em excesso. Portanto, se você acha que está careca de saber sobre os problemas relacionados a ele, é bom ler com atenção esta matéria, para não correr o risco de ver suas madeixas irem ao chão, e acabar, literalmente... careca.
Mais cedo ou mais tarde, todos os desequilíbrios do corpo e da mente se manifestam em forma de caspa, seborréia, alopecia ou psoríase. E todo cuidado é pouco! Já que essas palavras tão feias podem ser perigosas se não tratadas adequadamente. "Os cabelos são interpretados por nosso organismo como algo não muito importante para o corpo. Assim, sempre que há algum fator que consuma energia, proteínas, vitaminas ou sais minerais, eles são os que mais sofrem, pois param de receber estes nutrientes, que vão para lugares considerados mais nobres do nosso organismo", esclarece o presidente da Sociedade Brasileira para Estudos do Cabelo, o dermatologista Valcinir Bedin, acrescentando que, para piorar, quando nos estressamos, o corpo produz uma substância chamada estriol, que serve para nos manter alerta, mas que também ocupa espaço nos folículos impedindo a entrada de outros nutrientes.
Instalada a preocupação, uma das reações mais freqüentes é a dermatite seborréica, popularmente conhecida como caspa. A caspa nada mais é do que um processo inflamatório das áreas com pêlos, e se manifesta em pessoas propensas ao problema. Processos emocionais, como o estresse, agravam a situação, pois desencadeiam uma divisão celular mais rápida na camada córnea do couro cabeludo, e levam ao aparecimento da descamação. Esta, por sua vez, facilita o aparecimento ou o aumento da população de fungos, que pioram a caspa, criando um ciclo vicioso. "A caspa é muito comum no couro cabeludo, mas pode aparecer em outras partes do corpo, sempre com sinais de descamação excessiva e um avermelhamento da área, seguido por coceira", descreve Dr. Bedin.
Mas se você já flagrou irritantes pontinhos brancos fazendo a festa em seus cabelos, não se desespere. A caspa, apesar de não ter cura, tem controle. Usando um xampu adequado, que faça com que a flora fúngica mantenha-se em equilíbrio, é possível nem se notar a caspa. "Normalmente, um xampu à base de zinco, cetoconazol e ácido salicílico, prescrito pelo médico, é suficiente para se conter os surtos, muito comuns nesta época do ano, quando a temperatura cai", revela Dr. Bedin, explicando ainda: "A caspa não é contagiosa. E a melhor forma de evitá-la é manter os cabelos limpos com os produtos corretos. "Mas não descuide dos fios! É importante que a parte cosmética não seja esquecida, senão os cabelos ficam ressecados e com a aparência ruim.
A caspa não é a única conseqüência do estresse. Ele também é o responsável pela manifestação de oleosidade excessiva nos cabelos, alopecia areata e psoríase. A alopecia areata, conhecida como pelada, ocorre devido a um intenso estresse que interrompe o ciclo de crescimento normal dos cabelos em uma área específica da cabeça ou do corpo. Já a psoríase, também de fundo emocional, manifesta-se através de placas avermelhadas no couro cabeludo. "Ao coçar, a pessoa pode provocar feridas, que inflamam. A psoríase não tem cura, mas pode ser amenizada com substâncias calmantes e antiinflamatórias", receita a terapeuta capilar Sheila Bellotti.
Cabeça quente
Se controlar o estresse não é tarefa das mais fáceis, driblar este vilão está longe de ser garantia de se ver livre dos problemas do couro cabeludo. Carência de vitaminas, alergias e predisposição genética são fortes motivos para que eles se manifestem. Habituada a pintar os cabelos mensalmente, para disfarçar fios brancos, a assessora de imprensa Adriana Menezes, 27 anos, sofreu uma alergia química à tinta que utilizava há dois anos. "De uma hora para outra, tive uma reação terrível. Acabei com o couro cabeludo queimado e cheio de cascas", recorda Adriana. Após uma consulta com o dermatologista, foi recomendado que trocasse a marca da tintura e utilizasse três vezes por semana um xampu dermatológico. "A alergia descamou meu couro cabeludo inteiro. Logo em seguida, percebi que meu cabelo estava caindo devido ao enfraquecimento da raiz. De acordo com o médico, eu poderia ter ficado careca", relata Adriana, que está proibida de lavar os cabelos todos os dias e tem feito hidratação quinzenalmente, para fortalecer os fios que se safaram.
Enquanto que a responsável pela queda dos cabelos de Adriana foi a química presente na tintura, algumas mulheres passam pela mesma situação aparentemente sem motivos. É o caso da produtora Juliana Nabuco, que sofre de queda de cabelos há dez anos. "Como começou na adolescência, achei que pudesse ser hormonal. Mas depois de algum tempo sem melhora, procurei um dermatologista, que me disse que era puramente emocional", conta a produtora. Nesses casos, não há muito o que fazer além de respirar fundo, contar até dez, e tentar manter o estresse sob controle.
Tratamentos
Já quem achava que a calvície estava restrita ao sexo masculino, está muito enganada. Ela encabeça a lista dos problemas capilares mais recorrentes entre mulheres. Sheila Bellotti explica que, assim como a calvície masculina, pode ser hereditária ou decorrente de patologias como traumas, estresse ou alopecias. Em sua clínica, Sheila trata a queda de cabelo com laser de baixa tensão, também conhecido como bioestimulação. "A estimulação através da luz oxigena tanto o bulbo capilar quanto a papila dérmica, que vai gerar o próximo fio", explica. Além disso, o laser tem função antiinflamatória e, conseqüentemente, bactericida, e é recomendado em casos de calvície, para tratar algumas dermatites e estimular o crescimento dos fios.
A fim de facilitar o diagnóstico, consultórios médicos e centros estéticos estão fazendo uso de uma inovação tecnológica. É o Hair Scam, que aumenta em até 250 vezes a imagem do couro cabeludo, exibindo-a em um monitor. No salão Cláudio Miguel Hair Design, no Rio de Janeiro, a técnica capilar Patrícia Ornella demonstra as vantagens do aparelho. "Para diagnosticar com precisão, fazemos a análise do couro cabeludo e dos fios. Além disso, converso com a cliente sobre seus hábitos, que tipo de xampu utiliza, como penteia os cabelos e sua situação emocional. Só assim podemos avaliar bem", informa Patrícia. Apesar de muito solicitado, Patrícia atenta para o fato de que o trabalho da técnica capilar não substitui o de um médico. "Dependendo do problema, recomendamos que o cliente procure um dermatologista. A idéia do aparelho surgiu quando percebemos que algumas clientes deixavam de vir ao salão por acharem que a química das tintas poderia piorar uma possível alergia. A nossa proposta é uma parceria entre o trabalho cabeleireiro e o dermatológico", explica, abrindo o leque de soluções para o problema.
As causas são muitas e as soluções cada vez mais numerosas em um mercado que visa atender às conseqüências de uma vida corrida. Só que, seja por estresse, fatores genéticos, ou em decorrência de um cabeleireiro barbeiro, procurar ajuda de um profissional é sempre a melhor pedida em momentos de desespero.
Pesquisa;Internet

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