BEDIN V.I.P.
PROF.DR.VALCINIR BEDIN
- Médico pela Universidade de São Paulo - USP
- Mestre e Doutor em Medicina pela UNICAMP
- Prof. convidado da Universidade Vadois - Lausanne-Suiça
- Prof. e Coordenador do Curso de Pós Grad. em Derma. e em Med. Estética da FTESM - FPS - SBME
- Ex-professor da Faculdade de Medicina de Jundiaí
- Presidente da regional São Paulo da Sociedade Brasileira de Medicina Estética
- Presidente da Sociedade Brasileira para Estudos do Cabelo
- Diretor do Instituto de Pesquisa e Tratamento do Cabelo e da Pele
- Diretor do CIPE - Centro Integrado de Prevenção do Envelhecimento
- Ex-delegado do Conselho Regional de Medicina de São Paulo
Diretor do Instituto de Pesquisa e Tratamento do Cabelo e da Pele
Autoestima e cabelos
Durante toda a história da humanidade, algumas partes do corpo humano tiveram maior ou menor representação, como a estatura, por exemplo, e os músculos à mostra, como hoje em dia. Mas nenhuma parte do corpo teve a importância dos cabelos nessa trajetória.Há relatos de receitas para o crescimento dos cabelos desde a China Antiga – que datam de mais de 4 mil anos atrás, que falam em misturas de banhas animais com chifres raspados para atingir esse efeito.
No Egito Antigo, a forma dos penteados fazia a distinção entre as classes sociais. Assim, os trabalhadores não podiam usar cabelos com os mesmos formatos que os dos sacerdotes ou dos médicos, e os guerreiros eram autorizados a usar perucas feitas com os cabelos dos derrotados.
Clássica é a história do juiz do povo hebreu, chamado Sansão, que teria sua enorme força associada à grande cabeleira e que a teria perdido quando, encantando pela filisteia Dalila, ao dormir, teve suas madeixas cortadas e, consequentemente, perdeu toda força, tendo sido cegado e posteriormente morto.
Na época do Renascimento na França, teve início o uso da farinha nas perucas - os detratores da monarquia diziam que, numa noite de festa em Versalhes, usava-se uma quantidade de farinha que poderia alimentar toda a população de Paris. Também é desta época o uso de um artifício especial: um receptáculo em forma de cabeça, no qual se colocava um potinho de mel para atrair os insetos que se alojavam na peruca após o seu uso. Até hoje o uso de perucas brancas é comum pelos representantes do povo e dos juízes em vários países da Europa.
Na África, há relatos de que, em algumas tribos, o uso de tranças feitas com apenas três fi os é comum. O trabalho é tão grande que, às vezes, leva-se até três anos para terminá-las, e, para não desfazê-las, o usuário passa a dormir com um tronco sob a cabeça!
Durante a segunda grande guerra, nos países aliados, algumas mulheres que se envolviam com soldados alemães, quando descobertas, tinham seus cabelos raspados, para serem identificadas como traidoras.
Na Antiguidade, os romanos faziam uso de descolorantes para aloirar os cabelos, com a intenção de que eles ficassem parecidos com ouro, o metal mais precioso da época.
Essas histórias apenas ilustram a importância que a humanidade empresta a esse anexo da pele, que, do ponto de vista exclusivamente fisiológico, tem muito pouca importância, mas que do ponto de vista emocional, é crucial.
No Brasil, os estudos mostram que as meninas começam a aplicar produtos químicos (mesmo que seja apenas papel celofane para dar uma cor diferente) aos nove anos de idade! E, a partir daí, “mexem” nos cabelos até o final da vida.
Em termos de investimentos, calcula-se que uma mulher normal gasta, durante a vida, o equivalente a um apartamento de dois quartos num bairro nobre de uma grande cidade só com produtos e serviços para os cabelos.
Diante do exposto, podemos supor o nível de importância que é dado a estes fi os que cobrem o couro cabeludo.
No nosso meio, temos um trabalho feito no ambulatório de Tricologia da Sociedade Brasileira do Cabelo no qual consolidamos um questionário de qualidade de vida e queda de cabelos que mostrou uma relação muito grande entre os dois fatos.
Mulheres que se submetem à quimioterapia pós-câncer têm muito mais preocupação com a queda dos cabelos do que com a própria doença!
Costuma-se brincar com o fato de que toda mulher gostaria de ter os cabelos que não tem! Assim, se ela tem os cabelos lisos, gostaria de encaracolá-los. Se eles são ondulados, quer alisá-los, e assim por diante.
Uma grande aliada dos cabeleireiros é a mídia, que cria e dita modas de acordo com o tempo. Hoje estamos saindo de um período, que durou mais ou menos 10 anos, marcado pela ditadura do cabelo liso, como se a beleza não residisse na diversidade!
Nas décadas de 1940 e 1950, era exatamente o inverso. Foi o auge dos permanentes, que tinham como objetivo deixar as madeixas onduladas. O mesmo ocorre com as cores dos fios. De tempos em tempos, a moda dita a cor da estação!
Como vimos, os cabelos têm muita relação com a autoestima, mais nas mulheres do que nos homens, às vezes em excesso, mas quem terá coragem de dizer para uma adolescente de 15 anos que os cabelos não deveriam ser tão importantes na sua vida?
Pesquisa:Internet
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