30 de agosto de 2023


 
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BEDIN V.I.P.
 
ANDRÉ BEDIN PIRAJÁ
 
A história da família Bedin
André BEDIN  Pirajá

"Carne vegetal" e "leite de soja": a revolução linguística no veganismo

Luís Batistela
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27 de Julho de 2023 às 17:26
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No 9º episódio de o “Nome aos Bois: Revolução Cultural Vegana”, André Pirajá explica como a indústria vegetariana/vegana se vale da corrupção da linguagem para promover seus produtos

Como a genitrix do pensamento, a linguagem é responsável por nomear e ordenar toda a conjuntura de fenômenos e objetos existentes, tanto na realidade visível quanto invisível. Ora, não conhecemos a linguagem pelo fato de pensarmos, mas pensamos porque dominamos a linguagem. Não há possibilidade de estruturarmos uma mínima divagação sem que sequer tenhamos um razoável conhecimento e controle linguístico.

Para entendermos, por exemplo, o funcionamento de um computador, precisaremos antes de tudo saber o seu nome, os materiais que o compõe e sua singela funcionalidade, para depois entendermos profundamente seu potencial tecnológico. E para compreendermos tais fatores, devemos conhecer, também, o nome destes mesmíssimos elementos.

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Em entrevista ao canal do YouTube “O Poder da Linguagem”, em 2021, o professor Olavo de Carvalho descreve, com suma exatidão, a relação intrínseca entre o domínio da linguagem e o exercício lógico:

“Precisa estudar muita lógica? Não precisa. O que você precisa é desenvolver no sujeito um instinto lógico para ele ser capaz de perceber, por exemplo, o que é um silogismo, uma analogia, uma semelhança; a diferença entre uma semelhança e uma igualdade. É a prática do exercício lógico, e o exercício lógico está no uso da linguagem. Não foi estudando lógica que eu aprendi sobre lógica, e sim exercendo o uso da linguagem; é assim que se faz”.

Em 2013, o filósofo também publicou com o seguinte título um artigo no Diário do Comércio: “A animalização da Linguagem”. Veja o que ele disse:

No penúltimo estágio da degradação cultural, a linguagem perde toda referência aos objetos de experiência e se reduz a um conjunto de sinais de reconhecimento grupal. O que as pessoas dizem já não tem nada a ver com fatos e coisas de um “mundo” objetivo, mas expressa apenas o reflexo de simpatia ou antipatia com que os membros de um grupo distinguem os “de dentro” e os “de fora”.

Desta forma, indivíduos submissos às ideologias impostas por suas coligações tribais – feministas, veganos, vegetarianos, membros do movimento gay, etc. – começam por substituir o significado objetivo de termos e palavras por definições sintéticas que nada se relacionam com o mundo real.

Embasados nesta singela explicação, podemos então assimilar o que o nosso apresentador, André Pirajá, no 9º episódio de o “Nome aos Bois: Revolução Cultural Vegana”, abordará em seu programa.

Nos últimos tempos, a indústria vegetariana/vegana promoveu, insistentemente, as famigeradas “carne de soja”. Inclusive, vemos determinadas marcas anunciarem seus produtos como “bife bovino 100% vegetal”. Sem contar, é claro, o consagrado “leite de soja”.

Mas afinal, o que seriam “leite” e “carne” de soja?

Quando falamos de “carne” ou “leite” não estamos tratando do gênero dos ingredientes para confecção de um outro produto, mas sim do aspecto de sua substância, sua essência. A carne substancialmente é proveniente de algum animal, não há como ser e não ser carne ao mesmo tempo – o mesmo exemplo vale para o leite. Não existe meia carne ou meio leite.

Você pode, entretanto, misturar esses produtos a outros itens, mas sua substância não lhe será retirada. Vejamos um exemplo:

Ao assar a carne de frango, sem o acréscimo de nenhum tempero, ela terá sua textura e coloração modificada apenas pelo calor e a forma de preparo. Caso lhe seja acrescentado algo como colorau, o frango adquirirá uma coloração rubra. A esta mudança de aspecto nomearemos como “acidente”. Apesar de tal mudança, o produto continua sendo frango.

Com isso, através da culinária, podemos compreender duas dimensões investigadas por Aristóteles: Substância e acidente.

A substância é imutável, é a essência invisível de um determinado ser ou objeto. Já o “acidente” é seu aspecto visível e sensível, que poderá, em determinadas proporções, ser alterado.

Com a Revolução Linguística – mui comumente usada por ativistas veganos/vegetarianos – a ressignificação dos objetos é empreendida na confusão entre substância e acidente.

Substancialmente é impossível existir algo como a “carne de soja”. Entretanto, aplicada sua ressignificação ao “acidente”, isto é, como será vista por seus consumidores, então os militantes garantem o sucesso comercial.

Os veganos/vegetarianos, optando por não consumirem proteína animal, veem nessa deturpação linguística uma oportunidade de usufruírem deste material através de uma pseudo-analogia: Comem e vendem a soja como se fosse carne.

Uma clara tentativa de acostumar a sociedade, de modo geral, a migrar para um produto substancialmente distinto, mas sem perder a intencionalidade de consumir a proteína animal.

Tradução:Google
Pesquisa:Internet


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