Postagem 4.172
BEDIN V.I.P.
PROF.DR.VALCINIR BEDIN
Prof. Dr. Valcinir Bedin, MD, MSc, Phd, PD
Formação
Médico pela Universidade de São Paulo –USP –Brasil
Mestre em Medicina pela Universidade de Campinas – UNCAMP –Brasil
Doutor em Medicina pela Universidade de Campinas – UNICAMP – Brasil
Pós Doutorado em Educação – Florida Christian University – FCU – EUA
Tricologia
Sabonete no cabelo pode?
Valcinir BEDIN
colunistas@tecnopress-editora.com.br
Para responder a esta pergunta, devemos voltar mais ou menos 5 mil anos. Há indícios de que já na pré-história o ser humano fazia uso do sabão, mesmo não sabendo da importância que um dia este produto teria para toda a humanidade. As primeiras evidências de um produto semelhante ao sabão foram encontradas em cilindros de barro por volta do ano 2800 a.C. Segundo uma antiga lenda romana, a palavra “sabão” teve sua origem no Monte Sapo, próximo a Roma, na Itália, onde animais eram oferecidos em sacrifício para os deuses. A gordura dos animais imolados no fogo misturava-se com a madeira queimada do altar. Esta mistura escorria para o solo nas proximidades de rios, e as mulheres, ao lavarem roupas, sentiam uma maior facilidade em limpá-las quando estavam em contato com a nova substância. Esta é apenas uma versão dos fatos, que pode ser contestada facilmente, uma vez que os romanos eram conhecidos por inventar estórias que os colocassem sempre como os criadores das coisas (marketing bem antigo). Apesar das teorias sobre a descoberta do sabão serem contraditórias, na época da erupção do Vesúvio, em 79 d.C., destruindo Pompeia e Herculano, uma fábrica de sabão estava entre as indústrias que foram encobertas para a posteridade.
Outra teoria diz que o sabonete teria surgido 600 anos antes do nascimento de Cristo. Teria sido criado pelos fenícios, que ferviam gordura animal, água e cinzas de madeira até obterem uma pasta que servia para limpar o corpo. O produto sólido, porém, só foi criado no século 7, quando os árabes inventaram o chamado processo de saponificação. Mais tarde, os espanhóis adicionaram azeite de oliva ao produto para perfumá-lo. Até então ele só era conhecido na Europa pela nobreza espanhola, italiana, francesa e inglesa. Diz a lenda que, quando os nobres presenteavam autoridades de outros países com sabonetes, enviavam junto uma bula, para explicar seu uso. O sabonete se tornou um produto do cotidiano a partir do século 19, quando começou a ser fabricado industrialmente, barateando seu custo. Tornou-se tão popular que hoje em dia é impossível falar em higiene pessoal sem considerar o uso do sabonete. Feito com substâncias detergentes, o sabonete tem como primeira função limpar as impurezas da pele. Graças a fórmulas sofisticadas, hoje existem sabonetes para os diferentes tipos de pele, que evitam o ressecamento e garantem uma limpeza profunda.
Esse produto foi usado como forma de tratamento para problemas de pele como psoríase, escabiose e acne.
O nome “sabonete” teve origem na França, onde se iniciou a confecção de sabões nos quais eram inseridos aromas e cores. A palavra em francês é “savonete”. Na década de 1950, com o desenvolvimento da indústria química e o ajuste das fórmulas, foi constatado um baixo índice de alergia ao uso de sabonetes, além de uma diminuição em seu custo. A função do sabonete consiste em emulsionar e suspender pequenas partículas sólidas da pele, que, desta forma, são eliminadas junto com a água, diminuindo o ressecamento da pele. Na produção de sabonetes podem ser incorporados óleos vegetais ou minerais. Com o passar do tempo, as indústrias químicas desenvolveram sabonetes menos agressivos à pele, como os sabonetes de glicerina. Outras indústrias também auxiliaram esse desenvolvimento, criando equipamentos que tornaram a mão-de-obra das fábricas de sabonete mais rápida e eficiente.
A matéria-prima principal, isto é, a gordura animal, continua como princípio básico. Com os novos processos de fabricação, totalmente automatizados, é possível fabricar produtos de alta qualidade em escalas cada vez maiores e menos agressivas ao meio ambiente. A mistura está mais explícita na composição de uma das principais matérias-primas do sabonete, que é de massa base. Este material representa 75% da formulação do produto. A massa base é um composto de 82% a 95% de ácido graxo animal (sebo bovino) e 18% a 5% de ácido graxo vegetal (óleo de babaçu). Além dessa massa, pode-se utilizar outros aditivos que enriquecem o produto e permitem maior retenção de umidade na massa, preservando o peso e evitando rachaduras nos sabonetes. As essências utilizadas são cuidadosamente selecionadas para agregar ainda mais qualidade ao produto.
É para satisfazer essa necessidade de higiene e limpeza que as indústrias químico-farmacêuticas fabricam e comercializam anualmente toneladas de produtos para a higiene pessoal. Os principais produtos dessa indústria são os sabões e os detergentes. Deles derivam os sabonetes, os shampoos, os cremes dentais, os sabões especiais para máquinas de lavar louça e roupas, os detergentes desinfetantes, o sabão comum e outros.
Quais seriam, então, as vantagens e desvantagens de se utilizar um sabonete e não um shampoo para lavar os cabelos?
Além da facilidade de ter um produto líquido que favorece sua aplicabilidade, o mais importante é a composição equilibrada dos detergentes no shampoo, que permite se criar divisões para cabelos secos, oleosos ou mistos. Além disso, quando se formula um produto para lavar os cabelos, pode-se colocar agentes hidratantes no próprio produto ou também formular um sobrengordurante (condicionador) para dar o equilíbrio perfeito ao processo como um todo.
Mas, respondendo a pergunta inicial, pode-se lavar os cabelos com um sabonete? Sim, pode! Mas os cuidados devem ser mais rígidos com os produtos sólidos ou mesmo líquidos quando feitos para a pele e não para os cabelos, pois, pela sua própria gênese, ele pode ressecar muito os cabelos e a pele do couro cabeludo. Se for inevitável utilizar um sabonete nos cabelos, deve-se optar por um produto o mais natural possível.
Pesquisa:Internet
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