Postagem 4.133
BEDIN V.I.P.
PROF.DR. VALCINIR BEDIN
Prof. Dr. Valcinir Bedin, MD, MSc, Phd, PD
Formação
Médico pela Universidade de São Paulo –USP –Brasil
Mestre em Medicina pela Universidade de Campinas – UNCAMP –Brasil
Doutor em Medicina pela Universidade de Campinas – UNICAMP – Brasil
Pós Doutorado em Educação – Florida Christian University – FCU – EUA
Autoestima e cabelos
Março/Abril 2015
Valcinir BEDIN
colunistas@tecnopress-editora.com.br
Durante toda a história da
humanidade, algumas partes do corpo humano tiveram maior ou menor
representação, como a estatura, por exemplo, e os músculos à mostra, como hoje
em dia. Mas nenhuma parte do corpo teve a importância dos cabelos nessa
trajetória.
Há relatos de receitas para o crescimento dos
cabelos desde a China Antiga – que datam de mais de 4 mil anos atrás, que falam
em misturas de banhas animais com chifres raspados para atingir esse efeito.
No Egito Antigo, a forma dos penteados fazia a
distinção entre as classes sociais. Assim, os trabalhadores não podiam usar
cabelos com os mesmos formatos que os dos sacerdotes ou dos médicos, e os
guerreiros eram autorizados a usar perucas feitas com os cabelos dos derrotados.
Clássica é a história do juiz do povo hebreu,
chamado Sansão, que teria sua enorme força associada à grande cabeleira e que a
teria perdido quando, encantando pela filisteia Dalila, ao dormir, teve suas
madeixas cortadas e, consequentemente, perdeu toda força, tendo sido cegado e posteriormente
morto.
Na época do Renascimento na França, teve início o
uso da farinha nas perucas - os detratores da monarquia diziam que, numa noite
de festa em Versalhes, usava-se uma quantidade de farinha que poderia alimentar
toda a população de Paris. Também é desta época o uso de um artifício especial:
um receptáculo em forma de cabeça, no qual se colocava um potinho de mel para
atrair os insetos que se alojavam na peruca após o seu uso. Até hoje o uso de
perucas brancas é comum pelos representantes do povo e dos juízes em vários
países da Europa.
Na África, há relatos de que, em algumas tribos, o
uso de tranças feitas com apenas três fi os é comum. O trabalho é tão grande
que, às vezes, leva-se até três anos para terminá-las, e, para não desfazê-las,
o usuário passa a dormir com um tronco sob a cabeça!
Durante a segunda grande guerra, nos países
aliados, algumas mulheres que se envolviam com soldados alemães, quando
descobertas, tinham seus cabelos raspados, para serem identificadas como
traidoras.
Na Antiguidade, os romanos faziam uso de
descolorantes para aloirar os cabelos, com a intenção de que eles ficassem
parecidos com ouro, o metal mais precioso da época.
Essas histórias apenas ilustram a importância que
a humanidade empresta a esse anexo da pele, que, do ponto de vista
exclusivamente fisiológico, tem muito pouca importância, mas que do ponto de
vista emocional, é crucial.
No Brasil, os estudos mostram que as meninas
começam a aplicar produtos químicos (mesmo que seja apenas papel celofane para
dar uma cor diferente) aos nove anos de idade! E, a partir daí, “mexem” nos
cabelos até o final da vida.
Em termos de investimentos, calcula-se que uma
mulher normal gasta, durante a vida, o equivalente a um apartamento de dois
quartos num bairro nobre de uma grande cidade só com produtos e serviços para
os cabelos.
Diante do exposto, podemos supor o nível de
importância que é dado a estes fi os que cobrem o couro cabeludo.
No nosso meio, temos um trabalho feito no
ambulatório de Tricologia da Sociedade Brasileira do Cabelo no qual
consolidamos um questionário de qualidade de vida e queda de cabelos que
mostrou uma relação muito grande entre os dois fatos.
Mulheres que se submetem à quimioterapia
pós-câncer têm muito mais preocupação com a queda dos cabelos do que com a
própria doença!
Costuma-se brincar com o fato de que toda mulher
gostaria de ter os cabelos que não tem! Assim, se ela tem os cabelos lisos,
gostaria de encaracolá-los. Se eles são ondulados, quer alisá-los, e assim por
diante.
Uma grande aliada dos cabeleireiros é a mídia, que
cria e dita modas de acordo com o tempo. Hoje estamos saindo de um período, que
durou mais ou menos 10 anos, marcado pela ditadura do cabelo liso, como se a
beleza não residisse na diversidade!
Nas décadas de 1940 e 1950, era exatamente o
inverso. Foi o auge dos permanentes, que tinham como objetivo deixar as
madeixas onduladas. O mesmo ocorre com as cores dos fios. De tempos em tempos,
a moda dita a cor da estação!
Como vimos, os cabelos têm muita relação com a
autoestima, mais nas mulheres do que nos homens, às vezes em excesso, mas quem
terá coragem de dizer para uma adolescente de 15 anos que os cabelos não
deveriam ser tão importantes na sua vida?
Pesquisa:Internet
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