17 de agosto de 2022

 

Postagem 4.156

BEDIN V.I.P.

PROF. DR. VALCINIR BEDIN 



PesquisProf. Dr. Valcinir Bedin, MD, MSc, Phd, PD

Formação

Médico pela Universidade de São Paulo –USP –Brasil

Mestre em Medicina pela Universidade de Campinas – UNCAMP –Brasil

Doutor em Medicina pela Universidade de Campinas – UNICAMP – Brasil

Pós Doutorado em Educação – Florida Christian University – FCU – EUAa:Internet

Tricologia

Asianfication e tricologia

Novembro/Dezembro 2016

Valcinir BEDIN

colunistas@tecnopress-editora.com.br

Um dos principais fatores de crescimento em beleza continua sendo a “Asianfication” – o termo diz respeito à crescente influência da Ásia na inovação em beleza.


O veneno de abelha, o leite de burra e o Aloe vera, ingredientes aparentemente exóticos, têm sido usados em produtos de beleza asiáticos há muito tempo. Agora, as marcas asiáticas que os utilizam em maquiagens, cremes, máscaras e soros encontram-se na vanguarda do negócio de beleza global.


As mulheres da Coreia, da China e do Japão são conhecidas por sua preocupação com os cuidados com a pele, pelo tempo gasto nessa tarefa e pelo costume de pesquisar sobre o tema.


Elas garantem que estão bem informadas sobre o que estão usando, tornando-se consumidoras exigentes porque esperam sempre o melhor.


Os meios de comunicação ocidentais consideram boa a sua pele se você não tiver nenhuma flacidez, cicatrizes ou rugas. Em sociedades asiáticas, isso é muito mais rigoroso. Você não pode ter nenhuma marca, nem mesmo uma sarda.


Outra tendência de beleza que vem da Coreia é o olhar ulzzang, um termo popular que significa “melhor face” ou “boa aparência”. Isso envolve certas características, como pele úmida e hidratada, olhos de corça e o look de lábios “mordidos”!


Quando falamos de cabelos, precisamos lembrar que os fios das pessoas asiáticas são do tipo mongoloide, isto é, a secção transversal da haste mostra uma área quase circular, em contraposição àqueles do tipo caucasoide (forma mais achatada) e do tipo negroide (elipse).


O formato dos fios se dá pela distribuição da queratina dentro do córtex da haste pilosa, e esta, por sua vez, tem o formato determinado geneticamente pela angulação do folículo em relação à epiderme. Quando temos um ângulo de 90° com a epiderme, temos fios grossos e homogêneos, como nos asiáticos. À medida que a inclinação varia, vamos ter os fios tomando forma anelada, até ficarem quase paralelos à epiderme, no caso dos fios negroides.


A manutenção do formato da haste se dá pela ação de pontes químicas que “seguram” a queratina naquela determinada posição. São pontes de hidrogênio, pontes salinas e pontes dissulfídicas. O cabelo mongoloide tem curvaturas estruturais muito menores quando comparado com o caucasiano. Isso faz com que ele fique mais resistente às agressões mecânicas ou químicas.


Esta informação se torna mais importante quando falamos de tratamentos químicos estéticos aos quais eles são submetidos a fim de se adequarem à moda do momento.


Quando se fala de conteúdo de aminoácidos, não existem diferenças entres as várias formas de cabelo, mas a disposição das pontes químicas (salinas, de hidrogênio ou bissulfidricas) que são responsáveis pela estrutura final da haste, é totalmente diferente, o que confere a forma especial desses cabelos.


As fibras do cabelo apresentam-se de forma cilíndrica, o que dá maior resistência. As propriedades de tensão do cabelo mongoloide indicam que ele possui alta resistência à quebra quando comparado com os outros tipos.


A lubrificação, que é dada pela produção das glândulas sebáceas, nos cabelos asiáticos apresenta, frequentemente, atividade aumentada em comparação à dos caucasianos, e uma maior quantidade de lipídios é secretada. Por apresentarem lubrificação aumentada, o couro cabeludo e os fi os são mais umectados.


Por conta do formato retilíneo, os cabelos mais lisos ficam mais fortes e menos propensos à quebra quando manipulados física ou quimicamente. Externamente, temos a cutícula do cabelo, que apresenta de seis a dez camadas, enquanto nos afroétnicos é variável, com seis a oito camadas (nos fios ou na parte deles com maior diâmetro) e de uma a duas camadas (nas curvaturas das ondulações e nos fios com diâmetros menores). Isso faz com que as propriedades de tensão do cabelo asiático levem a maiores valores de força necessários para sua ruptura, quando comparados ao cabelo naturalmente encaracolado.


Talvez todas essas características tenham levado o mundo ocidental, há cerca de 10 anos, a procurar formas de alisamento que levariam à transformação de qualquer forma de cabelos no chamado tipo asiático. Nesta época, começamos a ouvir falar de escovas progressivas com adjetivos como japonesa, coreana etc. A ideia é sempre deixar os cabelos o mais liso possível pelo maior tempo possível com a menor agressão possível.


Várias matérias-primas foram desenvolvidas e experimentadas nestas tentativas de alisamento, e até hoje novas técnicas e substâncias continuam aparecendo no mercado.


Por outro lado, o que vemos no Oriente é que algumas mulheres, principalmente as mais jovens, querem ter os cabelos de colorações e formatos ocidentais. Especialmente no Japão, podemos ver jovens com cabelos de cores exóticas, como rosa e lilás, como os personagens das revistas em quadrinhos, os mangás.


A maioria dos especialistas concordam que, apesar dos obstáculos que enfrentam, as principais marcas de beleza da Ásia começam a se infiltrar nos mercados do Ocidente. Por meio da combinação de ingredientes antigos com a ciência avançada e marcas inteligentes, continuarão a moldar o comportamento do consumidor de lá também.

Pesquisa:Internet

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