Postagem 4.141
BEDIN V.I.P.
PROF. DR. VALCINIR BEDIN
Prof. Dr. Valcinir Bedin, MD, MSc,
Phd, PD
Formação
Médico pela Universidade de São Paulo –USP –Brasil
Mestre em Medicina pela Universidade de Campinas – UNCAMP –Brasil
Doutor em Medicina pela Universidade de Campinas – UNICAMP – Brasil
Pós Doutorado em Educação – Florida Christian University – FCU – EUA
Tricologia
Tricologia vegana
Novembro/Dezembro 2015
Valcinir BEDIN
colunistas@tecnopress-editora.com.br
O termo inglês ”vegan” foi criado em 1944. Trata-se de uma
corruptela da palavra ”vegetarian”, em que se consideram as três primeiras
letras e as duas últimas para formar a palavra ”vegan”.
Em português, as três primeiras e as três últimas letras de “vegetariano” são
consideradas na formação do termo ”vegano” (por definição, adepto do veganismo).
O veganismo é um movimento que diz respeito aos direitos animais. Por razões
éticas, os veganos são contra a exploração dos animais.
No mundo todo, cresce o número de pessoas que alegam não fazer uso de nenhum
produto de origem animal. Nos últimos anos, mais de 3% dos norte-americanos e
2% da população do Reino Unido declararam-se veganos.
Como estão sendo publicados artigos em diferentes revistas mostrando que dietas
de origem animal levam a uma maior incidência de doenças degenerativas,
especialmente as cardiovasculares, um número cada vez maior de restaurantes
veganos tem aparecido no mundo todo.
A Associação Dietética Americana (American Dietetic Association) e a associação
de nutricionistas do Canadá (Dietitians of Canada) consideram a dieta vegana
apropriada para todos os estágios do ciclo de vida, embora as próprias
instituições chamem atenção para o fato de que uma dieta vegana mal planejada
pode ser deficiente em vitamina B12, ferro, vitamina D, cálcio, iodo e ácidos
graxos ômega-3.
O criador desta filosofia de vida, Donald Watson, definiu o veganismo como um
estilo de vida que procura excluir, na medida do possível e praticável, todas
as formas de exploração e crueldade com os animais - para alimentação,
vestuário e qualquer outra finalidade.
O veganismo reúne, portanto, um rol de princípios que defendem que o ser humano
viva sem explorar os animais. É a busca pelo fim do uso de animais para
alimentação, apropriação, trabalho, caça, vivissecção, confinamento e todos os
outros usos que envolvam exploração da vida animal. Os veganos procuram abolir
qualquer prática que explore animais, zelando pela preservação da liberdade e
integridade animal.
Também boicotam qualquer produto de origem animal (alimentar ou não), além de
produtos que tenham sido testados em animais ou que incluam qualquer forma
possível de exploração animal nos seus ingredientes ou processos de fabricação.
Ou seja, não utilizam produtos de beleza, de higiene pessoal e de limpeza,
entre outros, que não estejam isentos de crueldade.
Preferem usar os termos “animais não humanos” ou “seres sencientes”, em vez de
“irracionais”.
É muito importante diferenciar a ideologia vegana da dieta vegetariana.
Veganismo não é dieta. É um conjunto de práticas focadas nos direitos dos
animais que, por consequência, prevê uma alimentação estritamente vegetariana.
Entende-se que os animais têm o direito de não serem usados como propriedade e
que o veganismo é a base ética para levar a sério esse direito, pelo mínimo de
respeito a eles.
Os veganos evitam o uso de cosméticos e produtos de higiene e limpeza que
tenham sido testados em animais. Eles defendem a busca por alternativas para
experiências laboratoriais, como testes in vitro, cultura de tecidos e modelos
computacionais.
Frequentemente, são divulgadas na comunidade vegana extensas listas de marcas e
empresas de cosméticos e produtos de limpeza e higiene pessoal não testados em
animais.
O dia 1 de novembro é considerado o Dia Mundial Vegano (“World Vegan Day”, em
inglês), que é comemorado desde 1994, quando a Vegan Society da Inglaterra
comemorou 50 anos de criação.
A lei brasileira não define o que é um cosmético natural, fazendo com que
algumas marcas se aproveitem dessa lacuna e digam que seus produtos são
naturais, embora possam conter até princípios ativos nocivos para a saúde.
De acordo com órgãos particulares certificadores, como o IBD e o Ecocert, que
inspecionam várias marcas de produtos orgânicos e naturais no nosso país, para
ser natural o produto precisa conter, no mínimo, 95% de ingredientes naturais e
5% de ingredientes orgânicos.
Para as certificadoras de produtos orgânicos, um cosmético orgânico é aquele
que possui pelo menos 95% de matérias-primas orgânicas em relação à quantidade
total de matérias-primas naturais utilizadas na formulação.
Para um cosmético ser considerado vegano, ele não precisa ser natural ou
orgânico, mas não deve possuir ingredientes de origem animal e nem ser testado
em animais. Precisamos lembrar que, felizmente, vivemos num país democrático,
onde a livre escolha ainda é uma prerrogativa do cidadão. Desse modo, devemos
respeitar todas as filosofias que não interfiram na vida de nossos semelhantes.
Para o formulador, fica aí mais um campo de trabalho cada vez mais amplo e
abrangente.
Pesquisa:Internet
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