17 de fevereiro de 2014

Postagem 042
BEDIN V.I.P


LIS CAROLINE BEDIN


Mulher entende futebol? Pode entender tão profundamente a ponto não só de comentar jogadas como julgar a legalidade de ações tomadas dentro das quatro linhas e até fora do campo. Esse é o caso da advogada paranaense Lis Caroline BEDIN, única mulher no corpo de auditoria, na área de futebol do Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (STJD-PR).


Juntamente com outros oito julgadores da corte – chamados de auditores – ela é encarregada de decidir, em segunda instância, todos os recursos decorrentes dos campeonatos de futebol profissional realizados no Estado .


Iniciado em 2008, o mandato é de quatro anos, “É uma experiência muito interessante e divertida, num ambiente tipicamente masculino”conta a jovem profissional, recém chegada aos 30 anos. A atividade reúne paixões de Lis: o Direito e o futebol.


O gosto pelo futebol foi desenvolvido na infância, numa família de descendentes de italianos em Marechal Cândido Rondon, no Oeste do Paraná, um dos principais polos de colonização alemã do Estado. Migrante gaúcha, a família dividia sua torcida entre Internacional e Grêmio. Lis cresceu ouvindo os jogos pelo rádio e acabou optando pelo Inter , influenciada pelo pai, “colorado roxo”. Na casa dos BEDIN, Inter vence o clássico gaúcho por um “gol” de vantagem – são  três colorados (o pai, Lis e seu irmão mais velho) e do gremistas (a mãe e o irmão mais novo).


Paixão de infância, o envolvimento profissional de Lis com futebol só veio após a formação em Direito, pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Durante a carreira , iniciada em 2001, ela assumiu a defesa de clubes de futebol em questões envolvendo multas em contratos de câmbio.  “Aí vieram outros assuntos e acabei me envolvendo com a matéria”, resume. Aprofundou-se no tema em seminários do Clube dos 13 (entidade que reuniu os grandes times brasileiros), até que foi indicada para compor o Tribunal Pleno do TJD.


Apesar de apaixonante e curioso, o julgamento da legalidade de atitudes ligadas ao futebol é uma atividade secundária na vida de Lis. Sua principal atividade profissional é a advocacia. Ela é a gestora do departamento de Direito Administrativo, Aduaneiro e Ambiental da Maran ,Gehlen & Advogados Associados. Com sede em Curitiba o escritório atua na área do Direito Empresarial, defendendo causas de empresas de médio e grande porte. Toda a sua carreira profissional foi desenvolvida nessa empresa, onde ingressou em 1998, como estagiária, enquanto ainda cursava a universidade. É a única mulher a ocupar cargo gerencial do escritório, do qual é sócia desde 2002.


Nessa área, Lis também colocou  em prática seu principal aspecto: o empreendedorismo. Até sua chegada, o Maran, Gehlen era um tradicional e respeitado escritório de causas tributárias. Percebendo um emergente segmento de mercado, Lis, idealizou e implantou, em 1999, o Departamento de Direito Administrativo e Ambiental. O modelo desenvolvido por ela foi adotado posteriormente na implantação de outros departamentos especializados. Se empreendedorismo for uma característica hereditária, Lis atribui a influência principal a duas mulheres  da família : a mãe Odete Luchetta BEDIN, e a tia Margaret Groff.”são profissionais brilhantes e bem sucedidas, que transmitem força e determinação em suas atitudes.”


“Sempre almejei advogar na área do Direito Público, pela falta de rotina e as possibilidades que a profissão oferece.”conta Lis. Por isso, aos 16 anos, deixou a vida tranquila ao lado da família para buscar um dos melhores cursos de Direito do País, na UFPR, e, atualmente, esta à frente da defesa de casos de repercussão nacional.


O incentivo inicial veio dos pais, ambos mestres pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e ligados a educação e à política. Os dois irmãos de  Lis são engenheiros mecânicos. Além de a educação ser um forte valor familiar, ela cresceu num ambiente marcado pela atividade política, exercida por seus pais em Marechal Cândido Rondon. “As reuniões políticas geralmente aconteciam na minha casa”, relembra. Parte do gosto pelo Direito Público decorre dessa privilegiada convivência com gestão publica.


Lis é um bom exemplo de que o sistema público de ensino não está falido, como muitos profetizam. Fez a maior  parte dos estudos em escola pública estadual e, na hora de ingressar na universidade, se esforçou para vencer o concorrido vestibular da UFPR.”Só tentei instituições públicas porque, além de gratuitas, eram as melhores “. No mesmo ano, passou em três vestibulares: na UFSC (Engenharia de Produção) e na Unicamp (Engenharia) além da UFPR. Acabou optando pela instituição paranaense e o Estado ganhou uma competente advogada.


Outro bom exemplo que pode ser tirado da ainda curta história da vida de Lis BEDIN  é a importância do trabalho na formação do caráter das pessoas. Desde os 12 aos, ela e o irmão mais velho, Giancarlo, percorriam as ruas planas arborizadas de Marechal Cândido Rondon de bicicleta para fazer as entregas da lavanderia da família – a única da cidade. Essa tarefa , realizada em horários que não prejudicassem as atividades da escola, era a condição do casal para que os filhos ganhassem mesada. “Com isso, aprendemos a dar valor ao dinheiro”, relembra Lis, que ainda arranjava tempo para estudar inglês e dedicar-se  ao Escotismo.


Advogada competente, empreendedora e dinâmica, Lis precisou vencer a desconfiança inicial que naturalmente  envolve uma profissional tão jovem. Enfrentou resistência de alguns clientes, especialmente na área do Direito Aduaneiro, um território altamente técnico. “Até há pouco tempo, o mercado ainda tinha a visão de que o advogado é um homem de meia idade. “Logo nos primeiros trabalhos, essa mulher derrotou o preconceito, agindo com profissionalismo e demonstrando resultados.


Profissionalmente realizada, Lis atualmente busca resolver o impasse criado pelas crescentes exigências do trabalho, a necessidade de tempo para os projetos pessoais. Não abre mão de seus hobbies – viajar , mergulhar, cozinhar para os amigos e degustar vinhos. Está iniciando uma”aventura” na área do aeromodelismo. Sem esquecer,  claro do futebol, fonte de alegria como torcedora e grande desafio profissional como jurada de causas que chegam ao “tapetão”. A vida, como o futebol, realmente é uma caixinha de surpresas.


Pesquisa da Internet.




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