3 de junho de 2016

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HISTÓRIA

FAMÍLIA BEDIN DE CAXIAS DO SUL 


Ícone de São Pelegrino: o casarão da família BEDIN/Guidalli em um registro de 1988. Foto: acervo Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami, divulgação

Por décadas, alguns dos mais saborosos doces produzidos em Caxias saíram da cozinha do centenário casarão de pedra e madeira da Rua Coronel Flores, próximo à Estação Férrea. Era lá que morava Herminia Guidali BEDIN, esposa de Ruggero BEDIN, cuja trajetória também será lembrada no encontro da família Guidali neste sábado (12).
Embora grande parte das mulheres da família Guidali tivesse mão certeira na cozinha, dona Herminia – e posteriormente a filha Raly – foi insuperável nas tortas e nos doces. Entram aí as tradicionais Martha Rocha, Amaretti, Macron, as tortas de nozes e amêndoas, além dos camafeus, torrones e dezenas de outras iguarias carameladas que seduziram gerações e gerações de consumidores.
Tanto que uma das imagens mais lembradas pelos clientes era a de dona Herminia, sentada em um canto da cozinha, quebrando as nozes que recheariam suas lendárias criações.
Foi nesse icônico casarão do bairro São Pelegrino que ela morou até falecer, em meados dos anos 1980. E é por lá também que os Guidali devem passar neste sábado, para recordar de algumas “doces e saborosas histórias do passado”.



Rua Coronel Flores: casarão centenário da família BEDIN/Guidali está tombado pelo Patrimônio Histórico do Município desde 2003. Foto: Felipe Nyland

O início
A história do casarão remete ao ano de 1910, aproximadamente, quando a viação férrea chegou à cidade. Conforme informações contidas na publicação Memórias de Caxias do Sul pelo Viés do Patrimônio Tombado, de Heloisa Mezzalira, a facilidade logística proporcionada pelo transporte ferroviário levou muitos produtores a se instalarem nas proximidades da Estação.
Ferdinando Giuseppe BEDIN foi um deles. Com a chegada do trem, ele comprou um pedaço de terra vizinho à estação e construiu ali uma casa de dois pavimentos para abrigar sua cantina. Pouco tempo depois, seu filho Ruggero casou com Herminia Guidali e foi morar com a família no andar superior, dando continuidade ao negócio.
Com a saída da vinícola, o andar térreo da residência passou a funcionar como casa comercial. Alguns anos mais tarde, as três portas do térreo foram fechadas e transformadas em janelas. A partir daí o pavimento começou a ser utilizado como residência.


O casarão (ao fundo, ainda com as portas no térreo) durante as obras de rebaixamento da Rua Coronel Flores por volta de 1935. Foto: acervo Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami, divulgação

A arquitetura
A construção combina os três materiais mais utilizados na região desde o final do século 19: pedra, madeira e tijolo. A fachada tem a base em pedra, corpo em alvenaria e coroamento com platibanda.
Desde 2003, o imóvel está tombado pelo Patrimônio Histórico do Município.


O casarão em 2015: um oásis histórico no bairro São Pelegrino. Foto: Felipe Nyland

Pesquisa:Internet
Memória:Rodrigo Lopes

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