19 de novembro de 2018

Postagem 2.409
BEDIN V.I.P.


PROF.DR.VALCINIR BEDIN 

         

- Médico pela Universidade de São Paulo - USP
- Mestre e Doutor em Medicina pela UNICAMP
- Prof. convidado da Universidade Vadois - Lausanne-Suiça
- Prof. e Coordenador do Curso de Pós Grad. em Derma. e em Med. Estética da FTESM - FPS - SBME
- Ex-professor da Faculdade de Medicina de Jundiaí
- Presidente da regional São Paulo da Sociedade Brasileira de Medicina Estética
- Presidente da Sociedade Brasileira para Estudos do Cabelo
- Diretor do Instituto de Pesquisa e Tratamento do Cabelo e da Pele
- Diretor do CIPE - Centro Integrado de Prevenção do Envelhecimento
- Ex-delegado do Conselho Regional de Medicina de São Paulo


Valcinir BEDIN
Diretor do Instituto de Pesquisa e Tratamento do Cabelo e da Pele  


Tricologia vegana


colunistas@tecnopress-editora.com.br

Valcinir BEDIN

O termo inglês ”vegan” foi criado em 1944. Trata-se de uma corruptela da palavra ”vegetarian”, em que se consideram as três primeiras letras e as duas últimas para formar a palavra ”vegan”.

Em português, as três primeiras e as três últimas letras de “vegetariano” são consideradas na formação do termo ”vegano” (por definição, adepto do veganismo).

O veganismo é um movimento que diz respeito aos direitos animais. Por razões éticas, os veganos são contra a exploração dos animais.

No mundo todo, cresce o número de pessoas que alegam não fazer uso de nenhum produto de origem animal. Nos últimos anos, mais de 3% dos norte-americanos e 2% da população do Reino Unido declararam-se veganos.

Como estão sendo publicados artigos em diferentes revistas mostrando que dietas de origem animal levam a uma maior incidência de doenças degenerativas, especialmente as cardiovasculares, um número cada vez maior de restaurantes veganos tem aparecido no mundo todo.

A Associação Dietética Americana (American Dietetic Association) e a associação de nutricionistas do Canadá (Dietitians of Canada) consideram a dieta vegana apropriada para todos os estágios do ciclo de vida, embora as próprias instituições chamem atenção para o fato de que uma dieta vegana mal planejada pode ser deficiente em vitamina B12, ferro, vitamina D, cálcio, iodo e ácidos graxos ômega-3.

O criador desta filosofia de vida, Donald Watson, definiu o veganismo como um estilo de vida que procura excluir, na medida do possível e praticável, todas as formas de exploração e crueldade com os animais - para alimentação, vestuário e qualquer outra finalidade.

O veganismo reúne, portanto, um rol de princípios que defendem que o ser humano viva sem explorar os animais. É a busca pelo fim do uso de animais para alimentação, apropriação, trabalho, caça, vivissecção, confinamento e todos os outros usos que envolvam exploração da vida animal. Os veganos procuram abolir qualquer prática que explore animais, zelando pela preservação da liberdade e integridade animal.

Também boicotam qualquer produto de origem animal (alimentar ou não), além de produtos que tenham sido testados em animais ou que incluam qualquer forma possível de exploração animal nos seus ingredientes ou processos de fabricação. Ou seja, não utilizam produtos de beleza, de higiene pessoal e de limpeza, entre outros, que não estejam isentos de crueldade.

Preferem usar os termos “animais não humanos” ou “seres sencientes”, em vez de “irracionais”.

É muito importante diferenciar a ideologia vegana da dieta vegetariana. Veganismo não é dieta. É um conjunto de práticas focadas nos direitos dos animais que, por consequência, prevê uma alimentação estritamente vegetariana. Entende-se que os animais têm o direito de não serem usados como propriedade e que o veganismo é a base ética para levar a sério esse direito, pelo mínimo de respeito a eles.

Os veganos evitam o uso de cosméticos e produtos de higiene e limpeza que tenham sido testados em animais. Eles defendem a busca por alternativas para experiências laboratoriais, como testes in vitro, cultura de tecidos e modelos computacionais.

Frequentemente, são divulgadas na comunidade vegana extensas listas de marcas e empresas de cosméticos e produtos de limpeza e higiene pessoal não testados em animais.

O dia 1 de novembro é considerado o Dia Mundial Vegano (“World Vegan Day”, em inglês), que é comemorado desde 1994, quando a Vegan Society da Inglaterra comemorou 50 anos de criação.

A lei brasileira não define o que é um cosmético natural, fazendo com que algumas marcas se aproveitem dessa lacuna e digam que seus produtos são naturais, embora possam conter até princípios ativos nocivos para a saúde.

De acordo com órgãos particulares certificadores, como o IBD e o Ecocert, que inspecionam várias marcas de produtos orgânicos e naturais no nosso país, para ser natural o produto precisa conter, no mínimo, 95% de ingredientes naturais e 5% de ingredientes orgânicos.

Para as certificadoras de produtos orgânicos, um cosmético orgânico é aquele que possui pelo menos 95% de matérias-primas orgânicas em relação à quantidade total de matérias-primas naturais utilizadas na formulação.

Para um cosmético ser considerado vegano, ele não precisa ser natural ou orgânico, mas não deve possuir ingredientes de origem animal e nem ser testado em animais. Precisamos lembrar que, felizmente, vivemos num país democrático, onde a livre escolha ainda é uma prerrogativa do cidadão. Desse modo, devemos respeitar todas as filosofias que não interfiram na vida de nossos semelhantes.

Para o formulador, fica aí mais um campo de trabalho cada vez mais amplo e abrangente.

Pesquisaq:Internet

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