31 de dezembro de 2018

Postagem 2.451
BEDIN V.I.P.

PROF.DR.VALCINIR BEDIN 


 - Médico pela Universidade de São Paulo - USP
- Mestre e Doutor em Medicina pela UNICAMP
- Prof. convidado da Universidade Vadois - Lausanne-Suiça
- Prof. e Coordenador do Curso de Pós Grad. em Derma. e em Med. Estética da FTESM - FPS - SBME
- Ex-professor da Faculdade de Medicina de Jundiaí
- Presidente da regional São Paulo da Sociedade Brasileira de Medicina Estética
- Presidente da Sociedade Brasileira para Estudos do Cabelo
- Diretor do Instituto de Pesquisa e Tratamento do Cabelo e da Pele
- Diretor do CIPE - Centro Integrado de Prevenção do Envelhecimento
- Ex-delegado do Conselho Regional de Medicina de São Paulo


Diretor do Instituto de Pesquisa e Tratamento do Cabelo e da Pele


Asianfication e tricologia
Valcinir BEDIN

colunistas@tecnopress-editora.com.br

Valcinir BEDIN
Um dos principais fatores de crescimento em beleza continua sendo a “Asianfication” – o termo diz respeito à crescente infl uência da Ásia na inovação em beleza.

O veneno de abelha, o leite de burra e o Aloe vera, ingredientes aparentemente exóticos, têm sido usados em produtos de beleza asiáticos há muito tempo. Agora, as marcas asiáticas que os utilizam em maquiagens, cremes, máscaras e soros encontram-se na vanguarda do negócio de beleza global.

As mulheres da Coreia, da China e do Japão são conhecidas por sua preocupação com os cuidados com a pele, pelo tempo gasto nessa tarefa e pelo costume de pesquisar sobre o tema.

Elas garantem que estão bem informadas sobre o que estão usando, tornando-se consumidoras exigentes porque esperam sempre o melhor.

Os meios de comunicação ocidentais consideram boa a sua pele se você não tiver nenhuma flacidez, cicatrizes ou rugas. Em sociedades asiáticas, isso é muito mais rigoroso. Você não pode ter nenhuma marca, nem mesmo uma sarda.

Outra tendência de beleza que vem da Coreia é o olhar ulzzang, um termo popular que significa “melhor face” ou “boa aparência”. Isso envolve certas características, como pele úmida e hidratada, olhos de corça e o look de lábios “mordidos”!

Quando falamos de cabelos, precisamos lembrar que os fios das pessoas asiáticas são do tipo mongoloide, isto é, a secção transversal da haste mostra uma área quase circular, em contraposição àqueles do tipo caucasoide (forma mais achatada) e do tipo negroide (elipse).

O formato dos fios se dá pela distribuição da queratina dentro do córtex da haste pilosa, e esta, por sua vez, tem o formato determinado geneticamente pela angulação do folículo em relação à epiderme. Quando temos um ângulo de 90° com a epiderme, temos fios grossos e homogêneos, como nos asiáticos. À medida que a inclinação varia, vamos ter os fios tomando forma anelada, até ficarem quase paralelos à epiderme, no caso dos fios negroides.

A manutenção do formato da haste se dá pela ação de pontes químicas que “seguram” a queratina naquela determinada posição. São pontes de hidrogênio, pontes salinas e pontes dissulfídicas. O cabelo mongoloide tem curvaturas estruturais muito menores quando comparado com o caucasiano. Isso faz com que ele fique mais resistente às agressões mecânicas ou químicas.

Esta informação se torna mais importante quando falamos de tratamentos químicos estéticos aos quais eles são submetidos a fim de se adequarem à moda do momento.

Quando se fala de conteúdo de aminoácidos, não existem diferenças entres as várias formas de cabelo, mas a disposição das pontes químicas (salinas, de hidrogênio ou bissulfidricas) que são responsáveis pela estrutura final da haste, é totalmente diferente, o que confere a forma especial desses cabelos.

As fibras do cabelo apresentam-se de forma cilíndrica, o que dá maior resistência. As propriedades de tensão do cabelo mongoloide indicam que ele possui alta resistência à quebra quando comparado com os outros tipos.

A lubrificação, que é dada pela produção das glândulas sebáceas, nos cabelos asiáticos apresenta, frequentemente, atividade aumentada em comparação à dos caucasianos, e uma maior quantidade de lipídios é secretada. Por apresentarem lubrificação aumentada, o couro cabeludo e os fi os são mais umectados.

Por conta do formato retilíneo, os cabelos mais lisos ficam mais fortes e menos propensos à quebra quando manipulados física ou quimicamente. Externamente, temos a cutícula do cabelo, que apresenta de seis a dez camadas, enquanto nos afroétnicos é variável, com seis a oito camadas (nos fios ou na parte deles com maior diâmetro) e de uma a duas camadas (nas curvaturas das ondulações e nos fios com diâmetros menores). Isso faz com que as propriedades de tensão do cabelo asiático levem a maiores valores de força necessários para sua ruptura, quando comparados ao cabelo naturalmente encaracolado.

Talvez todas essas características tenham levado o mundo ocidental, há cerca de 10 anos, a procurar formas de alisamento que levariam à transformação de qualquer forma de cabelos no chamado tipo asiático. Nesta época, começamos a ouvir falar de escovas progressivas com adjetivos como japonesa, coreana etc. A ideia é sempre deixar os cabelos o mais liso possível pelo maior tempo possível com a menor agressão possível.

Várias matérias-primas foram desenvolvidas e experimentadas nestas tentativas de alisamento, e até hoje novas técnicas e substâncias continuam aparecendo no mercado.

Por outro lado, o que vemos no Oriente é que algumas mulheres, principalmente as mais jovens, querem ter os cabelos de colorações e formatos ocidentais. Especialmente no Japão, podemos ver jovens com cabelos de cores exóticas, como rosa e lilás, como os personagens das revistas em quadrinhos, os mangás.

A maioria dos especialistas concordam que, apesar dos obstáculos que enfrentam, as principais marcas de beleza da Ásia começam a se infiltrar nos mercados do Ocidente. Por meio da combinação de ingredientes antigos com a ciência avançada e marcas inteligentes, continuarão a moldar o comportamento do consumidor de lá também.

Pesquisa:Internet

FELIZ ANO NOVO


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