28 de fevereiro de 2018



Postagem 2.149
BEDIN V.I.P.

PROF.DR.VALCINIR BEDIN

- Médico pela Universidade de São Paulo - USP
- Mestre e Doutor em Medicina pela UNICAMP
- Prof. convidado da Universidade Vadois - Lausanne-Suiça
- Prof. e Coordenador do Curso de Pós Grad. em Derma. e em Med. Estética da FTESM - FPS - SBME
- Ex-professor da Faculdade de Medicina de Jundiaí
- Presidente da regional São Paulo da Sociedade Brasileira de Medicina Estética
- Presidente da Sociedade Brasileira para Estudos do Cabelo
- Diretor do Instituto de Pesquisa e Tratamento do Cabelo e da Pele
- Diretor do CIPE - Centro Integrado de Prevenção do Envelhecimento
- Ex-delegado do Conselho Regional de Medicina de São Paulo

Diretor do Instituto de Pesquisa e Tratamento do Cabelo e da Pele



Mulheres aderem ao biquíni de fita isolante, mas médicos não aprovaram uso


Desde que a cantora Anitta apareceu usando um biquíni de fita isolante no clipe da música "Vai, Malandra", o modelo ganhou repercussão nacional. A moda surgiu no Rio de Janeiro, e o objetivo das adeptas é ficar com a marquinha de sol perfeita-o que não seria possível como biquíni tradicional, pois ele sai do lugar conforme a mulher se movimenta. Para os dermatologistas, no entanto, é um risco à saúde que não vale a pena (leia mais na página 35).


Apesar do alerta, a laje da esteticista Érika Martins, 35 anos, conhecida como Érika Bronze, no Realengo, subúrbio carioca, está sempre cheia de mulheres em busca do seu famoso método de bronzeamento. Ali, no Spa do Bronze, por R$ 70 a sessão, ela e a sua equipe colocam a fita isolante no corpo de cada cliente, passam um acelerador de bronzeado e deixam as meninas torrando em espreguiçadeiras por um período que vai de 40minutos a uma hora e 20 minutos."Depende do tom de pele de cada uma", explica ela.

Érika ainda acrescenta:"Em três sessões, já é possível conseguir aquele bronzeado fluorescente".

Ela conta que o uso da fita isolante não foi ideia dela e que se trata de uma prática comum nas favelas cariocas. "Como as meninas, muitas vezes, não têm condições de ir à praia, tomam sol na laje. E a fita é algo barato, que todo o mundo temem casa."Érika entrou no negócio sem querer. Aos 13 anos, já colocava a fita nas primas e amigas."E isso foi se espalhando para outras mulheres, quem e pediam para também colocar nelas. Daí, eu comecei a cobrar pelo trabalho", lembra. Aos 22 anos, já esteticista, ela decidiu alugar uma casa no Realengo para oferecer o serviço de forma mais profissional.

Agora, depois do clipe da Anitta, vê o empreendimento alcançar uma fama que jamais imaginou."Eu sabia que conseguiria me manter com isso, mas nunca imaginei que fosse dar tão certo." Hoje, ela diz receber até caravanas de mulheres de Estados como Espírito Santo e Paraná. E conta que planeja abrir franquias em outras cidades.

Além de oferecer a colocação da fita, Érika afirma que um dos seus segredos é o acelerador que aplica para o bronzeamento, uma fórmula sua que é aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)."Já estou há muito tempo nesse ramo, então, fui percebendo aos poucos que o produto precisa bronzear, mas também proteger e hidratara pele. É oque o meu acelerador oferece", diz.

Fabricado em uma empresa em Goiânia, o produto é vendido por R$ 70,mas está esgotado. "Vendemos 2.000unidadesno final do ano e acabou o meu estoque. Estamos esperando uma nova remessa para o Carnaval",revela.

Comércio popular
Além da laje de Érika, o biquíni de fita isolante também já é visto no comércio popular do Rio de Janeiro e em clínicas de bronzeamento em outros Estados. Uma foto de um exemplar em um camelô de São Gonçalo, no Estado fluminense, ficou famosa na internet.

Mas, para Érika Bronze, é preciso tomar cuidado."Esses biquínis são feitos com papel contact, então, se a pessoa usar e suar, vão desgrudar e teremos muitos 'nudes' por aí", brinca.

Também é possível comprar o modelo pela internet. Um fabricante de adesivos de São Paulo cobra R$ 39,90 por um kit com cinco biquínis-todas as partes são autocolantes e vêm separadas. A Revista da Hora comprou um exemplar, que foi usado pela modelo Vanessa Perez para a foto que ilustra esta reportagem. Ela teve dificuldades para colocar o biquíni, já que a parte de cima ficou enrugada."E ele esquenta muito no sol", relata Vanessa. Érika salienta que o material esquenta mesmo, por isso, ela tem funcionários que ficam molhando as clientes de tempos em tempos. Ela conta que usa gaze umedecida nas partes íntimas e no bico dos seios das mulheres para evitar o contato da cola nessas regiões.

Em Uberlândia (MG), a esteticista Josiane Cristina Ferreira, da Clínica Bronzeamento Natural Josiane, oferece o mesmo método de Érika Bronze, mas não usa mais fita isolante na cor preta. "Faço com outras cores, porque o preto retém mais calor e já vi cinco casos de queimaduras e feridas por causa da fita preta", diz. Dermatologistas afirmam que o problema não é a cor, mas o material da fita. Josiane comemora o sucesso da técnica. "Já cheguei a atender 70 mulheres em um dia", revela ela, que cobra R$ 55 por sessão. A engenheira Mariângela Carvalho, 26 anos, é fã. "Ajuda a melhorar a autoestima e fica sensual. Meu namorado adora."

Dermatologistas não aprovam biquíni de fita isolante e alertam para os riscos

Tomar sol usando o biquíni de fita isolante pode até estarna moda, mas os dermatologistas alertam para os perigos da prática. Segundo os profissionais, o problema não é apenas a exposição solar que, em geral, é maior do que a recomendada pelos médicos (20minutos por dia) e em horário inadequado. Eles reforçam também os riscos do contato da fita diretamente como corpo."Não é um material que deve ser utilizado na pele. Como são feitos de plástico, os biquínis formam uma película e impedem a transpiração", diz a dermatologista Cíntia Guedes Mendonça.

O médico e professor de dermatologia Valcinir BEDIN concorda e acrescenta que o uso pode provocar dermatites (inflamações) de contato. "Essa irritação pode acontecer desde a primeira vez em que a mulher colocar o biquíni e provocar coceira, feridas, queimaduras e até bolhas", reforça. Ele explica também que, mesmo quem já adotou o método uma vez e não teve reação, pode desenvolver alergia nas próximas vezes em que for tomar sol com a fita no corpo. "É o que chamamos de dermatite de contato por sensibilização, em que a área vai ficando mais sensível como tempo."Ambos lembram que a cola do material também agride a pele.

Há, ainda, os riscos provenientes da própria exposição ao sol, como insolação, queimadura, envelhecimento e câncer de pele."É tudo o que não indicamos, porque é uma exposição de alta intensidade, em um curto espaço de tempo", reforça BEDIN. Os médicos salientam que o ideal é tomar sol antes das 10h ou depois das 16h, sempre com protetor solar no mínimo de fator 30.

Fonte: Folhapress
Pesquisa:Internet

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