8 de abril de 2018

Postagem 2.188
BEDIN V.I.P.

LEONEL BEDIN 


Chuva preocupa produtores da região de Sorriso
Trabalhos no campo estão sendo interrompidos por pancadas isoladas em diversas regiões do médio norte de Mato Grosso
Por Vinicius Galera*, de Ipiranga do Norte (MT)



Colheita de soja durante janela de plantio na Fazenda Leonel BEDIN, em Ipiranga do Norte (MT) (Foto: Vinicius Galera/Ed. Globo)

Pouco antes de iniciar a colheita, o agricultor Carlos Roberto de Marchi, de 69 anos, decidiu comprar uma nova colheitadeira para os 1.600 hectares de soja que tem plantados na cidade de Ipiranga do Norte, no meio norte de Mato Grosso.

A pressa é justificada pelas chuvas, que estão dando dores de cabeça para quem está preparado para colher. “Aqui nós não podemos bobear. Já entreguei soja com 16, 17 por cento de umidade. Essa soja está com 22. Nunca colhi soja com essa umidade”, diz o produtor, que está na região desde o começo dos anos 1980.

A umidade ideal é de 13% sobre o peso do grão. Nesta quinta-feira (7/2), durante o trabalho de campo da equipe do Rally da Safra na região, foram observadas diversos pontos isolados com chuva passageira, um tormento para os produtores.
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Por enquanto, Carlos Roberto já colheu 600 hectares em que manteve a média de produtividade entre 59 e 61 sacas, mas não sabe se a situação vai permanecer. “A chuva tem atrapalhado a colheita. Vamos ver como será no final, esse é o problema”.

Situação semelhante vive a Fazenda Leonel BEDIN, também de Ipiranga do Norte. Na tarde desta quinta, quando o sol pareceu se firmar, o gerente Tyson Carlos Trucolo coordenava pelo rádio operadores de máquinas paradas desde a última sexta.

Envolvido na operação, o proprietário da fazenda, Eduardo Bedin, se diz preocupado com a irregularidade e com o volume das chuvas sobre os 3.060 hectares de soja. Ele explica que pretende finalizar a colheita até o final do mês. A soja desta quinta tinha uma umidade em torno de 22%. “Comecei a colher com 37%”, diz o produtor, que, com o atraso, pretende encerrar os trabalhos até o fim do mês.

Chuvas características

Apesar da preocupação dos produtores, o analista de mercado Eduardo Coelho, da Agroconsult, explica que as chuvas nesse período de colheita são comuns na região de Sorriso, onde ocorre a transição dos biomas do Cerrado e o amazônico.

Nesta etapa do Rally, organizado pela consultoria, Eduardo é um dos coordenadores da Equipe 4, que vistoria a soja de ciclo médio e tardio na região médio norte e no oeste de Mato Grosso.
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“As chuvas na colheita já são características nessa região todos os anos, o que causa algumas notícias de chuvas excessivas que preocupam o produtor sim, mas que no momento não vêm afetando de forma significativa a da região, como estamos atestando no Rally da Safra”, diz.

Segundo o analista, as chuvas dos últimos oito dias não afetaram a produtividade porque os produtores estão aproveitando bem as janelas. “As chuvas não ocorrem de forma uniforme em toda a região. Elas ocorrem em forma de pancadas”. São nesses períodos de seca que as máquinas voltam ao campo. “Os produtores colhem com uma umidade um pouco acima do desejado, mas tiram a soja do campo”, explica o analista.

A chuva pode trazer uma série de problemas como a germinação da vagem e os grãos ardidos, aqueles que receberam muita água e começam a fermentar. Mas o analista alerta que até agora isso não aconteceu.

* O jornalista viajou a convite da Agroconsult.
Pesquisa:Internet

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