12 de julho de 2016

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FAMÍLIA BEDIN 

CESAR BEDIN



Família BEDIN, a família de médicos e produtores agrícola

A Bolívia é considerada como o país mais pobre da América do Sul, enfrentando grandes dificuldades econômicas em seu território. A sua população é composta, em sua maioria, por indígenas e descendentes. A partir dos anos 90, essa realidade começa a ser mudada com a chegada de produtores estrangeiros e de jovens que buscam nas universidades bolivianas o sonho do diploma superior.
Em 2013, a economia boliviana cresceu 6,5%. Boa parte desse crescimento se deve aos bons resultados obtidos na agricultura, principalmente na província de Santa Cruz. Outro dado relevante é em relação aos estudantes de medicina: os estudantes brasileiros do curso de medicina em universidades bolivianas são cerca de 25 mil, o que corresponde a 23% dos estudantes de medicina em universidades brasileiras. Isso é resultado dos baixos custos das mensalidade em universidades privadas e da ausência de vestibular para entrar na faculdade.
O sonho do diploma de medicina, somado às facilidades que as universidades bolivianas oferecem para o ingresso, levaram o jovem Diogo BEDIN a deixar o Rio Grande do Sul e rumar até Santa Cruz de La Sierra, em meados de 1996.

 Esse é o início da história da família BEDIN na Bolívia.

Diogo é o irmão mais velho de uma família de 4 irmãos, natural de Nonoai, no norte gaúcho. Filho de agricultores e donos de um posto de combustível na cidade, Diogo
formou-se em medicina, assim como seus irmãos Carlos e César, em uma universidade boliviana. O outro irmão, Luiz, é engenheiro agrônomo.
César BEDIN, o pai, resolveu conhecer as terras do país onde o filho mais velho iria estudar e que começavam a despontar como grandes produtoras. Em fevereiro de 1996, seu César e um irmão rumaram para a Bolívia, onde ficaram uma semana conhecendo as terras da região leste da província de Santa Cruz. “Quando estávamos na Bolívia a soja estava bonita. Depois de 30 dias recebemos a notícia da seca e que ela acabou com a soja”, conta seu César. Em julho do mesmo ano, o pai e o filho mais velho se mudam para a Bolívia, onde Diogo inicia seus estudos e o pai busca terras para plantar.
Em 1997, os BEDIN plantam a primeira safra em solo boliviano. “Em 97 começamos a plantar uma terra no norte de Santa Cruz. Plantamos arroz e fomos mal de colheita. Mudamos de área, fomos mal de novo. Plantamos no norte até 99
e paramos. Passamos momentos difíceis em 98 e 99, perde
mos muito nas áreas do norte. O rio Piraí saiu e levou a nossa plantação de feijão”, lembra o pai. Nessa época, as condições de vida também eram difíceis pela falta de estrutura nas propriedade. “Nós morávamos embaixo de uma lona azul. Deu uma chuva e molhou tudo, colchão de palha, cama de ta-quara, já estava molhando as nossas roupas. Perdemos tudo, abandonamos o resto. Não tínhamos como levar porque o trator estava atolado e não tínhamos como tirar ele de lá pela falta de estradas”, recorda com tristeza. Essas dificuldades fizeram a família parar de plantar por quatro anos.
Em meio a essas dificuldades, o patriarca resolveu buscar o restante da família que estava no Brasil para morar na Bolívia, já que as propriedades no Brasil haviam sido vendidas para investir na Bolívia. “Em 98 fui para o Brasil e busquei a minha família.Trouxe minha esposa, o César, o Luiz e o Carlos. O Diogo já estava aqui. Na primeira semana em que estavam todos aqui os ladrões entraram na nossa casa e levaram tudo, incluindo documentos e passaportes. Vieram até o quarto onde eu estava dormindo com a minha esposa”, relembra os momentos difíceis passados junto a família.
Além da seca e do assalto sofrido, a família ainda sofria com a diferença cultural e com dificuldades para manter os filhos estudando.

Em 2003 a família recomeça a sua história na agricultura.

Em uma área de 80 hectares, os BEDIN voltaram a plantar, contando com a ajuda de outros produtores bolivianos e brasileiros. “Já em 2004 nós tivemos uma boa colheita de verão, vendemos a soja por um bom preço. Foi o ano onde as coisas começaram a melhorar. Os filhos todos ajudando na agricultura, mesmo o Diogo que se formou em 2002”, explica César BEDIN  Apesar das dificuldades, a família não desistiu do sonho boliviano. “Aqui é diferente.
A terra é muito fértil, conseguimos fazer duas safras de soja, fazer safrinhas, tirar a soja e colocar milho, tirar o milho e colocar a soja. Enfrentamos dificuldades mas hoje colhemos os frutos”, afirma o pai.
Hoje a família possui terras próprias, onde os pais e três dos filhos trabalham. Diogo,
o primeiro médico da família e que não exerce a profissão, formou uma família boliviana. Casado com Yobana e tem duas filhas, Laura e Luciana, formou uma família que é um misto de cultura gaúcha e com a boliviana, onde há espaço para o chimarrão e o espanhol.César, também médico, trabalha junto com a família na Bolívia. Luiz, o agrônomo, exerce sua profissão na Bolívia. Carlos, o terceiro médico, é o único dos irmãos que deixou a Bolívia e voltou para o Brasil, onde exerce a medicina.
Atualmente a dificuldade encontrada na Bolívia é em relação a mão de obra qualificada. “Hoje a nossa dificuldade é a mão de obra, por isso estamos investindo em máquinas maiores para tentar suprir a nossa necessidade. Aqui não encontramos mão de obra especiali-zada. Esperamos que a Stara nos traga novidades, com máquinas que nos proporcionem crescer mais rápido e produzir mais e melhor”, conclui César BEDIN.
Assim como os produtores, a Stara carrega consigo a essência e a tradição brasileira em agricultura. “Aqui pensamos assim: se for brasileiro podemos contratar, se não sabe trabalhar, ele tem vontade de aprender. Assim também é com as máquinas.
Podemos confiar na Stara porque é brasileira, assim como nós”, conclui seu César.
A família BEDIN tem um lema para a sua permanência na Bolívia: sempre em frente. Esse pensamento fez com que as dificuldades do dia a dia fossem superadas e que hoje possam se sentir parte do país que os abrigou, onde hoje conquistam bons resultados e conseguem crescer.

 Diogo BEDIN e filhas

Diogo BEDIN e família
Pesquisa:Internet

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