15 de março de 2018

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BEDIN V.I.P.

PROF.DR.VALCINIR BEDIN

- Médico pela Universidade de São Paulo - USP
- Mestre e Doutor em Medicina pela UNICAMP
- Prof. convidado da Universidade Vadois - Lausanne-Suiça
- Prof. e Coordenador do Curso de Pós Grad. em Derma. e em Med. Estética da FTESM - FPS - SBME
- Ex-professor da Faculdade de Medicina de Jundiaí
- Presidente da regional São Paulo da Sociedade Brasileira de Medicina Estética
- Presidente da Sociedade Brasileira para Estudos do Cabelo
- Diretor do Instituto de Pesquisa e Tratamento do Cabelo e da Pele
- Diretor do CIPE - Centro Integrado de Prevenção do Envelhecimento
- Ex-delegado do Conselho Regional de Medicina de São Paulo



Diretor do Instituto de Pesquisa e Tratamento do Cabelo e da Pele

Como cuidar de uma tatuagem nova

Da inspiração à coceira, da irritação aos produtos básicos. Saiba como sobreviver a uma nova tatuagem numa boa
Por Lucas Berti
14 mar 2018, 19h19



Pintar a pele já virou febre.

Das cores do Old School às formas geométricas em preto do Blackwork e do traços detalhados do realismo às figuras desconstruídas do Trash Polka, é fato que as tattoos caíram no gosto e se transformaram em um negócio de sucesso.

Pelo desenvolvimento meteórico do mercado, associar uma sessão de tatuagem a um galpão sujo ou às docas de uma cidade portenha não reflete mais a realidade (ainda que exista no imaginário mainstream-poético).

Segundo dados do Sebrae da metade de 2017, o ramo foi um dos poucos a remar na contramão da crise, crescendo quase 25% se comparado a 2016.

A média de procura por locações para estúdios de piercing e tattoo também segue aumentando.

Nessa toada, achar estúdios ou ateliês de qualidade já não é mais uma tarefa difícil, graças ao tradicional boca-a-boca, quase cultural no ramo, e principalmente às redes sociais — com Instagram e Pinterest no topo da lista.

Com o mercado competitivo, muitos tatuadores estão optando por um serviço qualificado e transparente.

E o bom serviço, obviamente, vai além de uma simples sessão.

Tatuagem Murilo França (Instagram/Reprodução)

Além de luvas e máscaras, tintas de última linha e até um bate-papo para primeiras instruções, as dicas de cuidado após a rabiscada também aumentaram.

Se você já fez, pretende fazer ou jamais faria— mas tem aquela vontade nos confins da alma que quer te convencer a mudar de ideia — esta matéria é para você.

Afinal, o que são alguns minutos do seu dia perto de um desenho que te irá te acompanhar pelo resto da vida?

A VIP foi até o ateliê de Murilo França no bairro de Pinheiros, em São Paulo, para falar com o tatuador sobre como proceder antes e depois de transformar o corpo em arte. O “durante” é com você.



 (Instagram/Reprodução)


Antes da agulhada

Quando um cliente descobre um tatuador novo, o primeiro passo é meter as caras entre as fotos de desenhos feitos.

No caso de Murilo, não é diferente.

Do acesso a seus desenhos pelo Instagram até o contato para orçar/agendar uma sessão, “leva um tempo”, conta.

Ele revela que o acesso fácil pelas mídias sociais facilita tudo, desde informações sobre horários até à compreensão de seu estilo de trabalho.

No começo, tudo é minucioso. E a cautela tem seu lado bom.

Chegar com um desenho muito diferente da especialidade oferecida pode ser uma frustração.

“Depois que vejo a notificação, demora de duas a três semanas para orçarem uma tattoo comigo. A pessoa me segue e entende um pouco do meu trabalho. Pela rede social, é mais certeiro o alinhamento de expectativa e eu faço um trabalho personalizado seguindo o que ela quer, dentro do meu estilo”, conta.

O médico Valcinir Bedin, professor de dermatologia e doutor pela Unicamp, reforça a necessidade de se redobrar as atenção antes de riscar a pele.

“O local deve ser bem avaliado anteriormente, junto com a condição de higiene e de esterilização dos materiais. Também, a pesquisa sobre quem é o tatuador, seus trabalhos anteriores e suas credenciais”, diz o especialista.

A pele, segundo o dermatologista, deve estar saudável, sem lesões aparentes ou escondidas.


Tempo e pesquisa: desenhos sob medidas evitam arrependimentos  (Lucas Berti/Reprodução)

Depois de todo o processo de apuração é hora de encarar a agulha.

Traços feitos, espaços preenchidos e lágrimas corridas (para alguns), é hora de respirar aliviado e começar a cuidar de seu novo adereço.

Logo após a sessão

Depois de encarar algumas horas de dor iniciam-se os cuidados com os ferimentos (sim, sua tattoo não deixa de ser uma lesão).

De acordo com Murilo, o processo de cicatrização costuma varias bastante.

“Quando alguém vem me falar que a tattoo não está 100% mesmo tendo passado um mês, eu explico que isso é normal, já que cada pessoa se alimenta de um jeito, têm tons diferentes de pele…

Tatuagem pronta, é quase padrão que seja feita uma bandagem (usando o famoso papel-filme) com uma camada de pomada cicatrizante.

Mas, atenção! A pele precisa respirar no primeiro dia.

    Depois de 2h, o ideal é lavar com sabonete antisséptico líquido, para evitar outras sujeiras do ambiente.
    Ensaboe a mão e passe a espuma suavemente sobre a tatuagem.
    Pegue um papel toalha, mas não esfregue: apenas prense o local, mesmo que ele não fique totalmente seco. Isso evita irritações.
    Depois de secar, passe a pomada novamente, mas sem exagero. Espalhe bem.
    Cubra com um novo plástico por mais um dia, principalmente para evitar sujar os lençóis com a tinta que continua a sair do desenho nas primeiras horas.
    Evite excessos. Comidas muito gordurosas, frutos do mar (que podem gerar alergia) e muita bebedeira podem atrapalhar.

Já no segundo dia, é normal que o local desenhado esteja um pouco inchado.

Para diminuir o calombo, remova o plástico a partir do terceiro dia — use apenas caso a tinta continue marcando suas roupas.

Durante os banhos, repita o processo de lavar com sabonete antisséptico líquido, sem movimentos bruscos.

O que passar na primeira semana




 (Montagem/Divulgação)

#1. Cicaplast

A mais indicada, e não é à toa.

Além de não engordurar o ferimento, seca rápido e costuma não marcar as roupas.

Promove uma regeneração suave.

Preço: R$30 a R$50

#2. Bepantol

Nem tão barata, nem tão cara. Tem a propriedade de oferecer uma boa hidratação.

Costuma ser bem útil quando a pele começa a descascar.

Preço: R$20 a R$30

#3. Nebacetin

A mais popular. Habitualmente usada para queimaduras é adotada por muitos recém-tatuados pelo preço acessível. O problema? É gordurosa.

Preço: A partir de R$10. A versão genérica (Neomicina + bacitracia) sai pela metade do preço.

Mais de uma semana após a sessão



 (Getty Images/Reprodução)

Em média, o aspecto de “ferida” começa a desaparecer após dez dias.

Mesmo assim, é importante continuar cuidando da região desenhada, já que o período de fixação, que vai da última picada até a cicatrização, determina a qualidade do trabalho no longo prazo.

— Hidratação

É comum que apareça uma casca “grossa” durante a etapa curativa da tattoo. “Você deve manter sempre ela bem hidratada”, comenta Bedin.

O ideal é manter um pote de hidrante corporal sempre à vista. Principalmente se você for um tatuado de carteirinha.

— Tatuar e coçar…

Muitos dizem que a coceira é uma das piores partes.

A quase incontrolável vontade de meter a unha justamente nas partes pintadas é recorrente, mas é seu papel lutar contra.

Como tatuagens mais elaboradas terminam sobrepondo camadas de tinta, pequenas cascas podem se formar.

Retirá-las, mesmo por acidente, pode comprometer o desenho com marcas, além de provocar sangramentos no local.

“Coçar e tirar as casquinhas atrapalha o processo de pigmentação. Alguns clientes já me ligaram dizendo que acordaram de madrugada por conta da coceira. Sempre conto que é normal”, avisa Murilo.

É sempre bom lembrar que sua boa vontade faz parte do processo.


Anos após a sessão


 (Getty Images/Reprodução)

Não basta chegar à melhor idade no melhor estilo.

Para ter as marcas sempre cheias de vida, sem precisar explicar que aquela lagartixa morta que você tem no braço é, na verdade, uma águia cheia de ornamentos, lembre-se de manter os reparos mínimos.

— Contra o sol

O doutor Benin explica que itensificar o uso do protetor solar depois de uma sessão é essencial.

“Independente da qualidade dos pigmentos usados pelo profissional, a proteção solar após a tatuagem vai impedir a tinta de oxidar mais rapidamente”, conta.

A recomendação é usar diariamente.

Em momentos de sol a pino, escolha produtos com fator de proteção acima do 50.

— Sem desbotar

Tatuagens em preto, especialidades de Murilo, não costumam perder o tom escuro tão fácil, já que são feitas à base de carbono.

As multicoloridas, por outro lado, tendem a perder a vivacidade por serem feitas a partir de pigmentos naturais. Para evitar retoques futuros, que chegam  a custam o valor de uma nova sessão, redobre sua atenção com o sol.

Picada final

Pronto! Agora esse é o guia de sobrevivência que você precisava para se aventurar no fantástico mundo do “Já tá acabando?”.

A tatuagem, como todo movimento cultural, requer uma afinidade que só vem pelo conhecimento.

Como arte, exige um olhar crítico.

E como marca sua pele, pede intimidade, decisões sábias e pessoas competentes.

Ao menos que você queria riscar o nome de um primo de terceiro grau em japonês. Mas aí a culpa não é nossa.

Tradução:Google
Pesquisa:Internet

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