15 de julho de 2018


Postagem 2.281
BEDIN V.I.P.

PROF.DR.VALCINIR BEDIN

- Médico pela Universidade de São Paulo - USP
- Mestre e Doutor em Medicina pela UNICAMP
- Prof. convidado da Universidade Vadois - Lausanne-Suiça
- Prof. e Coordenador do Curso de Pós Grad. em Derma. e em Med. Estética da FTESM - FPS - SBME
- Ex-professor da Faculdade de Medicina de Jundiaí
- Presidente da regional São Paulo da Sociedade Brasileira de Medicina Estética
- Presidente da Sociedade Brasileira para Estudos do Cabelo
- Diretor do Instituto de Pesquisa e Tratamento do Cabelo e da Pele
- Diretor do CIPE - Centro Integrado de Prevenção do Envelhecimento
- Ex-delegado do Conselho Regional de Medicina de São Paulo


Diretor do Instituto de Pesquisa e Tratamento do Cabelo e da Pele  

Cachinhos com representatividade
A repercussão do caso da menina que teve o cabelo alisado sem seu consentimento lança luz para o fato de as crianças serem cada vez mais incentivadas a assumir as madeixas como elas são naturalmente




    Do alto de seus 13 anos, a rapper MC Soffia inspira outras crianças negras a terem orgulho de seus cabelos | Foto: Instagram @mcsoffia/reprodução


    Bella, de 8 anos, teve seu cabelo cortado e alisado pela madrasta – com o consentimento do pai, mas não da mãe. Depois do episódio, conseguiu recuperar seus cachinhos e agora inspira outras crianças na web | Foto: Reprodução/Facebook/CreuzaAtelie


    Com apenas 6 anos de idade, Maria Antônia adora exibir seus fios naturais e compartilha – por meio da mãe, Bruna França – imagens inspiradoras de penteados. Confira no Instagram @maedebolinha | Foto: Instagram @maedebolinha/reprodução


    Com um Instagram cheio de fotos de looks e penteados estilosos, as gêmeas norte-americanas Ava e Alexis McClure (@mccluretwins) somam mais de 1 milhão de seguidores | Foto: Instagram/

                                                                                                                                                                                                                         Ana Beatriz (@anabeatriz_diva) só tem 8 aninhos e ostenta seus cachinhos com orgulhos. Não poderia ser diferente – afinal, Ana é filha da blogueira Luany Cristina (@diivadoblack), uma das embaixadoras na internet dos fios livres | Foto: Instagram/reprodução
    “Meu cabelo não é duro – ele é crespo e muito lindo”, canta Elis Mc (@elismc_oficial), em uma de suas canções. A jovem de apenas 7 anos faz sucesso cantando músicas contra o racismo | Foto: Instagram/reprodução
 
    Zuri (@____zuri) é a prova viva de que tamanho não é documento. A modelo mirim compartilha looks estilosos e vários penteados para inspirar | Foto: Instagram/reprodução
 
PUBLICADO EM 15/07/18 - 03h00
Lorena K. Martins

Valorizar a beleza natural durante a infância, incentivando a criança a gostar do próprio cabelo, pode, sim, resultar em adultos com autoestima elevada. É o que faz a estilista Bruna França com a filha, Maria Antônia, de 6 anos: a valorização do cabelo cacheado é parte da rotina da garota desde cedo “Ela é uma criança que sabe suas raízes e quem ela é. Ela é negra – e gosta muito de seu cabelo”, conta. “Durante muitos anos, lembra Bruna, o cabelo crespo foi rejeitado. “Mas é preciso respeitar o espaço do outro e o jeito que ele quer se mostrar ao mundo”, esclarece.

Na semana passada, o caso da garota Izabella, ou simplesmente Bella, de 8 anos, repercutiu em todo o Brasil. A menina de Governador Valadares teve o cabelo cortado e alisado contra sua vontade pela madrasta. A mãe da garota, a mineira Fernanda Thaysa, usou as redes sociais para reverberar sua indignação. Felizmente, a história teve um desfecho feliz e a garota, com ajuda de profissionais, teve a beleza natural de seus fios de volta na semana passada. No final de uma das gravações postadas pela mãe, a pequena aparece feliz por ter recuperados seus cachos.

O episódio também chocou Bruna. “A madrasta não respeitou a vontade da menina de manter o cabelo daquele jeito, cacheado. O adulto acha que a criança não tem voz. Eu dou pra minha filha o espaço para ela ser o que ela quiser”, opina ela, que reconhece o fortalecimento das ideias que quebram os padrões de estética e colocam em evidência os cabelos cacheados e crespos.

Mc Soffia, uma rapper de 13 anos, é uma das porta-vozes desse movimento ao cantar músicas que falam com propriedade sobre representatividade e convidam crianças negras a aceitarem seu cabelo.

A atriz Samara Felippo, mãe de duas filhas cacheadas, Alícia e Lara, também usa suas redes sociais para falar da importância de despertar nas crianças o amor por seus cabelos – inclusive, foi uma das apoiadoras no caso da garotinha Bella. No ano passado, uma das filhas da atriz sofreu de uma “crise de aceitação”, o que fez a atriz pesquisar informações sobre o assunto. “Quero que ela se ame, se aceite e saiba cuidar de seus cachos maravilhosos. E cresça ajudando a empoderar cada nova cacheada”, disse Samara em sua conta no Instagram.

Quem compartilha da mesma opinião de Bruna é a psicóloga Lenir Souza. Para ela, a criança deve ter o direito de escolher como quer usar os cabelos e se mostrar ao mundo. “Claro que os pais e responsáveis precisam entender que esse direito passa por uma série de critérios. Não tem que fazer alterações no visual para atender as outras pessoas”, disse.

De volta às origens. Lucia Santana, coordenadora técnica das cabeleireiras do Beleza Natural, rede especializada em cabelos crespos e cacheados, explica que existe uma espécie de falácia de que esses tipos de fios são difíceis de cuidar – e, por isso, o alisamento viria como um alento, para facilitar a rotina de cuidados. “Em geral, o primeiro pensamento na cabeça de uma mãe de criança com cabelo crespo, para facilitar o dia a dia, é alisar. Mais tarde, quando começam a aparecer os danos e a diferença de textura quando cresce ou o cabelo começa a ficar fraco e quebradiço, bate o arrependimento na mãe, e ela se vê desesperada, sem saber como cuidar da recuperação dos fios da filha”, exemplifica Lucia.

Cuidados. Assim como o cabelo de Bella, que surgiu com as madeixas mais curtas, o corte durante o processo de recuperação se faz necessário para tirar as partes com químicas alisantes e deixar apenas a parte natural, da raiz, que não foi danificada. “Na maioria das vezes, a criança não está preparada para um corte radical”, disse Lucia.

Entre as técnicas para passar pelo processo da melhor forma possível, o mais recomendado é modelar a parte alisada para se igualar à natural. “Esse recurso de texturização disfarça a parte alisada e ameniza esse caso. Também é mais fácil de ‘brincar’ com penteados diferentes a cada dia, pois é algo que as meninas gostam e que mexe com a vaidade e autoestima delas”, acredita.

O dermatologista Damiê De Villa, do centro médico e spa Kurotel, também alerta sobre os perigos de procedimentos químicos nas crianças. “A pele do couro cabeludo delas é muito mais fina e, consequentemente, mais sensível que a dos adultos. Além disso, os produtos aplicados na cabeça das crianças normalmente têm maior absorção, podendo levar a consequências mais danosas”, assegura.

Dicas e vitrine de cosméticos infantis para cuidar dos fios cacheados e crespos

Cuidados. Para tratar o cabelo e fazer com que ele cresça saudável, é necessário realizar hidratações, higienização e o uso diário de leave-in, para estimular a ondulação dos fios das crianças. “O processo é: lavagem e hidratação duas vezes por semana e tirar o excesso de água com a toalha sem esfregar”, explica Lucia Santana, coordenadora técnica das cabeleireiras do Beleza Natural.

Recuperação. Se o cabelo da criança sofreu algum procedimento químico que possa alterar a estrutura dos fios, o ideal é cuidar para a recuperação. A estrutura dos cabelos cacheados é levemente mais frágil do que a dos cabelos lisos, portanto, requer ainda mais cuidados. “Use apenas produtos que recuperem as cutículas, como máscaras regeneradoras com queratina ou outros elementos que servem para deixar os fios mais resistentes”, opina o dermatologista Valcinir BEDIN, da Sociedade Brasileira de Dermatologia Clínico Cirúrgica.

Pesquisa:Internet

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