25 de agosto de 2018

Postagem 2.322
BEDIN V.I.P.


TAIS BEDIN 


Tais BEDIN

Psicóloga Clínica, atua desde 2010 na clínica, Especialista em Terapia Sistêmica para Casais e Famílias, Especialista em Terapia Cognitiva Comportamental e Facilitadora do Programa de Prevenção Friends for Life.

Acredita que a sua missão como psicoterapeuta, de modo colaborativo e humanizado, é auxiliar as pessoas a reconhecerem suas próprias possibilidades e a qualificar suas relações, para isso, desenvolve em seu consultório programas de prevenção e tratamento, para crianças, adolescentes e adultos.



Afinal, por que sentimos raiva?
    Tais BEDIN

    Regulação Emocional
O que você normalmente espera de seu marido? Ou de sua melhor amiga? E até mesmo de seus pais? Quando eles não cumprem suas expectativas, o que normalmente você sente?

Seria algo parecido com mágoa, desapontamento e raiva?

Abordei em outro artigo (aqui) sobre a maneira como criamos nossa realidade, e um dos aspectos dos desentendimentos está alicerçado neste esquema:

Pensamentos s1 Emoções s1 Comportamentos

O importante princípio da primazia das cognições do modelo de psicopatologia de Beck, afirma o que o esquema acima expõe: nossos pensamentos mobilizam estados emocionais que direcionam nossa ação e provocam determinadas consequências.

Mas qual a relação deste princípio com o sentimento de raiva? Isto se deve ao fato dos conflitos acontecerem não pelos atos em si, mas principalmente pelas interpretações ou erros de interpretação.

O sentimento de raiva está diretamente relacionado à percepção de dano, prejuízo e a crença de que regras e expectativas importantes foram violadas. Há mais chances de ocorrer em relacionamentos íntimos, porque somos menos flexíveis ao interpretar do que nas situações impessoais, logo há maior probabilidade de desentendimentos nestas relações.

A raiva e a intimidade estão relacionadas porque é mais provável que tenhamos mais expectativas de nossos amigos, namorada, marido e colegas de trabalho, ou seja, de pessoas com maior significado emocional.

Em nossas relações mais próximas temos a expectativa de que as pessoas “deveriam” saber o que esperamos delas e para complicar o quadro: raramente contamos ou estamos conscientes de nossas expectativas, até que elas sejam quebradas, e como resultado sentimos raiva.

O sentimento de raiva tem as funções de sinalizar um dano, mas também garante o estabelecimento de limites claros nas relações interpessoais. Temos o direito de nos sentirmos incomodados e de fazer algo a respeito. A regra de etiqueta das relações não questiona o sentimento de raiva, mas a maneira como ela é expressa, isso não nos autoriza a humilhar ou rebaixar o outro.

Ao começar a sentir raiva, as perguntas a seguir podem ajudá-lo a avaliar sua percepção da situação, bem como possíveis avaliações mais racionais:

    Essa raiva se justifica?
    Como estou interpretando as atitudes desta pessoa?
    Quais são as minhas expectativas sobre o comportamento desta pessoa?
    Eu falei claramente sobre as minhas expectativas a esta pessoa?
    Há outra razão que explique o comportamento desta pessoa?

Tente observar essa situação sobre a perspectiva desta outra pessoa.

Observe que nestes dois últimos itens, o objetivo não é encontrar uma explicação apenas positiva, mas reformular a maneira como você percebe a situação, considerando os aspectos positivos e negativos da ação do outro, de maneira mais equilibrada e direcionando a resolução do problema.

O exercício de ampliar a perspectiva do problema permite um diálogo mais claro, racional e preciso, destituído das avaliações distorcidas mobilizadas pelo caos da emoção.

As diretrizes abaixo podem auxiliar os indivíduos a expressarem seus sentimentos de incômodo:

    Avaliar se vale a pena criticar determinado comportamento, pois ele pode ser momentâneo e não tornará a ocorrer;
    Registrar suas expectativas sobre seus relacionamentos íntimos, e verificar se são reais ou ideais, bem como se há possibilidade de retribuição;
    Ao conversar com os seus amigos, cônjuge, pais sobre as suas expectativas, evite acusações, dirigindo a queixa ao comportamento e não a pessoa;
    Esteja disposto a escutar o ponto de vista da outra pessoa;
    A raiva está intensa e há chance de atrito? Dê um tempo. Encerre a conversa, saia do ambiente e procure se acalmar, a raiva não é duradoura, mas se estiver intensa é mais provável um equívoco ao tomar uma decisão, resolver um problema ou negociar;
    É possível identificar os primeiros sinais da raiva, como taquicardia, enrijecimento da musculatura, vontade de agir agressivamente,  reconhecê-los aumenta a possibilidade de utilizar os recursos para se acalmar e ajustar as expectativas;

Você sabe que enfrentará uma situação com alto risco de experimentar raiva? Se prepare para ela utilizando o acrônimo DESC:

    Descreva o comportamento incômodo da outra pessoa em termos objetivos, descreva a atuação e não o motivo. Ex.: Quando você…
    Expresse seus pensamentos ou sentimentos sobre o comportamento ou problema de forma positiva, de maneira calma, com foco no comportamento e não na pessoa. Ex.: Sinto-me… Acho que…
    Especifique a mudança de comportamento esperada, leve em conta se a pessoa pode satisfazer suas necessidades sem sofrer grandes perdas, pergunte-lhe se está de acordo. E especifique que comportamento está disposto a mudar para chegar a um acordo. Ex.: Preferiria… Gostaria…
    Pontue as consequências positivas que você proporcionará se a outra pessoa mantiver o acordo para mudar, bem como as consequências negativas se não houver a mudança. Ex.: Se você fizer… Se não fizer…

Por fim, você também pode procurar a ajuda de um Psicólogo para ajudá-lo neste processo, afinal os conflitos são inerentes às relações, e o que diferencia as famílias e casais saudáveis são as maneiras que escolhem para enfrentá-los

Pesquisa:Internet

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