18 de setembro de 2022

 

 Postagem 4.246

BEDIN V.I.P.

PROF.DR.VALCINIR BEDIN


Prof. Dr. Valcinir Bedin, MD, MSc, Phd, PD
Formação
Médico pela Universidade de São Paulo –USP –Brasil
Mestre em Medicina pela Universidade de Campinas – UNCAMP –Brasil
Doutor em Medicina pela Universidade de Campinas – UNICAMP – Brasil
Pós Doutorado em Educação – Florida Christian University – FCU – EUA

Tricologia
Cabelos, pelos e o bem-estar

Maio/Junho 2022
Valcinir BEDIN
colunistas@tecnopress-editora.com.br


Para a OMS, Organização Mundial da Saúde, a saúde não pode ser definida apenas como a ausência de doenças mas sim como o bem-estar biológico, mental e social do indivíduo. Partindo deste princípio, podemos computar como doentes pessoas que tenham alterações nos pelos corporais e que não se sintam bem
com esta condição.

Se pensarmos apenas do ponto de vista biológico, os nossos pelos não têm nenhuma função fisiológica vital, isto é, podemos viver sem eles, mas, se pensarmos do ponto de vista emocional, veremos que eles têm um papel muito importante nas nossas vidas.

Todo mundo deve se lembrar da passagem bíblica que conta a estória de Sansão, um juiz do povo hebreu durante a guerra contra os filisteus. Acreditava-se que ele tinha uma grande força por conta de suas madeixas volumosas. Quando, para seu infortúnio, caiu nas mãos de seu inimigo, entregue por uma de suas filhas, chamada Dalila, teve seus cabelos cortados e, então, sua força desapareceu, sendo morto em seguida.

Existem relatos de receitas para fazer os cabelos crescerem na China 400 anos antes de Cristo, assim como no Egito, onde iniciou-se o hábito social de penteados diferentes para diferentes classes sociais e religiosas, sendo proibido para os não membros a sua utilização.

Com o passar dos tempos, os cabelos sempre representaram classe social ou econômica. O povo viking apreciava muito suas madeixas, e era quase impossível ser um guerreiro respeitável sendo calvo!

O uso de perucas brancas começou na época do Renascimento na Europa. Elas eram polvilhadas com farinha de trigo e, após o uso, tinham que ser deixadas sobre um suporte no qual se colocava um pote de mel para atrair os insetos que lá se acumulavam. O uso de perucas brancas persiste até hoje nas cortes da França e da Inglaterra, por exemplo.

Os cortes de cabelo e os penteados acompanham o desenvolvimento das sociedades, tanto para os homens quanto para as mulheres. Ora a moda dita cabelos compridos, ora curtos.

Nos tempos modernos, percebemos que os focos podem ter mudado, mas o princípio continua o mesmo: a valorização do penteado como representante de uma classe social, política ou econômica.

Um estudo feito nos Estados Unidos queria mostrar que percepção as pessoas têm dos indivíduos calvos. Para isso, os pesquisadores saíram às ruas com fotos de homens carecas e perguntaram aleatoriamente qual adjetivo o consulente daria para aquela pessoa. Só ouviram adjetivos positivos, como ho- nesto, sério e trabalhador. Ao mesmo tempo, observaram que, no congresso nacional e no senado norte-americanos, não havia nenhum congressista calvo, e apenas três presidentes americanos eram levemente calvos. A explicação mais plausível foi que a população associa a calvície com idade avançada ou doença, o que faria com que os votos não fossem dados aos que não têm cabelos.

Quando falamos das mulheres, o quadro não é diferente. A prestigiosa Universidade de Berkeley, na Califórnia, no seu departamento de psicologia, desenvolveu dois trabalhos interessantes. O primeiro mediu a intensidade da dor na perda dos cabelos e na perda de um ente querido. A perda dos cabelos revelou uma dor muito maior do que a segunda, mostrando o quão grave é esta situação.

O segundo estudo até não parece sério. Foi chamado de “Por que os homens preferem as loiras”, e a conclusão foi que as loiras mostram mais claramente quadros de anemia, manchas na pele e outras doenças que as morenas disfarçam mais, fazendo com que os homens se sintam atavicamente atraídos pelas loiras, pois parecem mais sinceras.Uma reprodução desse estudo foi levada a cabo pela televisão americana. Em um programa, uma atriz aparece num bar de solteiros e se posiciona na mesma situação em três momentos diferentes, com uma peruca morena, outra ruiva e outra loira. O pesquisador ficou cronometrando o tempo até que ela fosse abordada por um dos frequentadores. Com a peruca loira, a atriz foi abordada quase que imediatamente e, com a morena, demorou mais de uma hora para receber o primeiro cumprimento.

O fato da canície (embranquecimento dos fios) estar associada à idade é compreensível, uma vez que normalmente ocorre nos mais idosos. Isso talvez justifique as colorações cada vez mais frequentes, mas desde a Roma Antiga este hábito já existia, sendo o dourado a cor preferida.

Para finalizar, podemos falar do processo de depilação, que é um hábito social, especialmente no Ocidente, mas não só. Tirar os pelos indesejados tornou-se tão importante para algumas pessoas que até laser faz isso hoje em dia.

Como o objetivo dessa coluna é estimular os leitores a busca- rem mais informações sobre tricologia, sugiro que quem estiver interessado busque artigos sobre hábitos sociais, religiosos e econômicos.

Para todos que trabalham com pelos e cabelos, fica um conselho: nenhum estilo deve ser considerado fora do contexto. Nada que seja humano deve ser considerado estranho!


Pesquisa:Internet

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