7 de agosto de 2014

Postagem 198
BEDIN V.I.P
MILTON BEDIN KOVACIS


MILTON E SEU CORAÇÃO GITANO   
Por: Marina Bastos(marina@abcdmaior.com.br)





Milton Bedin Kovacis encontrou ao mesmo tempo o amor e a dança cigana. Foto: Adonis Guerra

 
Milton BEDIN Kovacis encontrou ao mesmo tempo o amor e a dança cigana
Quando está trabalhando na linha de montagem da Mercedes-Benz, onde atua há nove anos, Milton BEDIN Kovacis não vê a hora de tirar o uniforme de trabalho constituído por bermuda, camisa polo e sapatão de biqueira de aço, para vestir seu “traje”: calça social preta, sapato, camisa, colete, faixa na cintura e lenço na cabeça. É que o metalúrgico tem um amor que dá ritmo à sua vida, a dança cigana.
Um amor trouxe outro. Num momento solitário da vida, Milton buscou borboletas para seu estômago num site de relacionamentos. Foi quando se encantou pelas fotos de Sônia. A pele negra da donzela ornada por longos vestidos rodados em apresentações de dança fizeram tremer as mãos calejadas do metalúrgico. Para quem andava sozinho, a mudança foi grande.
Em pouco tempo estava namorando e Sonia o levou para conhecer o grupo de dança Amor Gitano, do qual é uma das idealizadoras. O grupo pesquisa a cultura e a dança cigana desde 2004, em São Bernardo, e é formado por pessoas de todas as idades. Logo Milton se integrou, primeiro registrando fotograficamente as apresentações, depois, por conta de seu vozeirão, tornou-se apresentador e locutor e, por fim, dançarino.
Dançar foi a parte mais difícil, já que se considerava meio durão. Mas frequentando festas ciganas percebeu que o papel masculino nesse tipo de dança não exige tanto gingado, é uma função protetora. Uma das características do bailado é o casal dançar olhando um nos olhos do outro. É nesse momento que Milton garante que não vê mais nada. O povo cigano acredita que quando dançamos nos comunicamos pelo olhar, somos capazes de sorrir, agradecer e transmitir segurança e cumplicidade.
Mas a dança é apenas um aspecto da cultura que Milton agregou em sua vida. Em suas pesquisas tem descoberto curiosidades como: ciganos têm dentes de ouro e usam muitas joias porque mantê-las próximas ao corpo é uma maneira de assegurar que não serão roubadas; a faixa na cintura é para proteger os rins das más energias; ciganos usam a cor preta para festejar, já a cor branca é usada no luto; ciganas giram suas saias ao redor da fogueira para produzir vento e atiçar o fogo; ciganos têm seu próprio calendário, que equivale a dois anos cristãos, e os anos são batizados com nomes de coisas que fazem parte de seu universo, “ano da adaga” e “ano da dança” – o que está em vigor neste momento é o “ano da fogueira”. De acordo com Milton, esse é um período propício para jogar as angústias no fogo e se livrar daquilo que pesa na alma.
Desde a juventude, Milton, 48 anos, já ouvia Gipsy Kings, grupo que popularizou a música cigana. Hoje pesquisa o ritmo e traduz para o português canções em romeno, espanhol e húngaro. As letras falam da lida dos ciganos, sobre o amor, da itinerância e principalmente sobre trabalho. “As canções falam muito de prosperidade e trabalho”, e é nesse ponto que as duas vidas de Milton se encontram.
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