BEDIN V.I.P
PROF.DR. VALCINIR BEDIN
- Médico pela Universidade de São Paulo - USP
- Mestre e Doutor em Medicina pela UNICAMP
- Prof. convidado da Universidade Vadois - Lausanne-Suiça
- Prof. e Coordenador do Curso de Pós Grad. em Derma. e em Med. Estética da FTESM - FPS - SBME
- Ex-professor da Faculdade de Medicina de Jundiaí
- Presidente da regional São Paulo da Sociedade Brasileira de Medicina Estética
- Presidente da Sociedade Brasileira para Estudos do Cabelo
- Diretor do Instituto de Pesquisa e Tratamento do Cabelo e da Pele
- Diretor do CIPE - Centro Integrado de Prevenção do Envelhecimento
- Ex-delegado do Conselho Regional de Medicina de São Paulo
Diretor do Instituto de Pesquisa e Tratamento do Cabelo e da Pele
Queda livre
IARA BIDERMAN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Ficar careca não é sonho de ninguém, mas, para as mulheres, a
perspectiva é pior do que um pesadelo. O temor, que pode parecer exagerado,
afeta em algum grau cerca de 100 milhões de mulheres no mundo, que, segundo as
estatísticas da Academia Americana de Dermatologia, sofrem de alopecia -perda
anormal e diminuição dos fios de cabelo. Segundo Valcenir BEDIN, presidente da
Sociedade Brasileira para Estudos dos Cabelos, 50% dos pacientes que procuram
tratamento são mulheres. Difícil de acreditar, já que a alopecia feminina não é
tão visível.
"É muito duro perder os cabelos. Isso me deixava deprimida, o que
só piorava a situação, pois a depressão aumenta a queda. Eu não queria nem sair,
mas tinha de acompanhar meu marido. Acabei comprando uma peruca"
"Nas mulheres, a queda segue um padrão diferente. Geralmente é
difusa, ocorre mais no topo da cabeça e preserva a linha frontal -as chamadas
"entradas", comuns em homens", diz BEDIN. Com essas
características e os fios normalmente mais longos, é mais fácil disfarçar
quando as falhas começam a surgir.
Só que disfarce nenhum é capaz de sossegar uma mulher que está perdendo
cabelos. "Você vira os fios para um lado e para o outro, mas não adianta.
Quando alguém olhava para mim na rua, eu tinha certeza de que estava reparando
nas falhas do meu cabelo", diz a programadora de computadores Silvana
Gomes Lucena, 24, que tem alopecia desde a adolescência, mas só há pouco tempo
iniciou um tratamento cujos resultados ela considera satisfatórios.
OSCILAÇÕES HORMONAIS
Tratamentos cosméticos costumam ter pouco efeito. Eles podem melhorar a
aparência dos fios, mas não agem na raiz do problema. "O fundamental é
fazer um exame detalhado para descobrir o que está causando a queda. Com um bom
diagnóstico, a alopecia feminina é quase sempre reversível", afirma
Luciano Barsanti, diretor-médico do Instituto do Cabelo, em São Paulo, e membro
do American Hair Loss Council (conselho americano de queda de cabelos).
A causa mais comum são alterações hormonais que levam a um aumento da
produção de andrógenos (hormônios sexuais masculinos). Essas podem ser
desencadeadas por fatores como estresse, ovário policístico, distúrbios da
tireóide (hipo ou hipertireodismo) e alterações da glândula supra-renal. Em
situações como o pós-parto e a perimenopausa (imediatamente antecedente à
menopausa), é comum haver um aumento significativo da queda.
Nesses casos, as mulheres têm uma vantagem em relação aos homens: há
menos restrições ao uso de bloqueadores de testosterona (o hormônio masculino
relacionado à queda).
Segundo Valcenir BEDIN, presidente da Sociedade Brasileira para Estudos
dos Cabelos, 50% dos pacientes que procuram tratamento são mulheres
Mesmo com várias opções de tratamento, Helena Lonickova, 25, não
encontrou solução para o seu caso em seu país natal, a República Tcheca.
"Os médicos diziam que era um distúrbio hormonal, mas que não havia o que
fazer", conta. Quando se mudou para o Brasil para acompanhar o marido, atual
cônsul da República Tcheca em São Paulo, Helena já tinha perdido 60% dos fios.
"É muito duro perder os cabelos. Isso me deixava deprimida, o que só
piorava a situação, pois a depressão aumenta a queda. Eu não queria sair, mas
tinha de acompanhar meu marido nas cerimônias oficiais. Comprei uma
peruca", conta.
Sua alopecia tem origem genética, uma das causas mais comuns da calvície
masculina, mas que também ocorre em mulheres. Com 80% dos fios de volta, Helena
passa há cerca de dez meses por um tratamento que inclui bloqueadores de
hormônios, nutrientes e mesoterapia (injeções locais de produtos).
FIOS DESNUTRIDOS
A deficiência de nutrientes é outra causa freqüente da alopecia
feminina. "A má alimentação, com a carência de ferro que certas dietas da
moda podem provocar, é um dos motivos para a queda", diz Doris Hexsel,
coordenadora de cosmiatria da Sociedade Brasileira de Dermatologia. "Nas
mulheres, é comum as reservas de ferro não serem altas. Se, por algum motivo
-uma dieta de exclusão, por exemplo-, ficam abaixo do nível necessário para
suprir órgãos vitais, o organismo não manda ferro para o couro cabeludo. Sem
esse nutriente, não são fabricados novos fios", diz Bedin. Hexsel acredita
que características da vida moderna -como comer mal e viver sob estresse-
explicam o aumento das queixas sobre perda de cabelos entre as mulheres.
Além das causas hormonais e das metabólicas (deficiência de nutrientes),
a alopecia pode ter causas mistas. "Micoses, alergias ou o pós-cirúrgico
de procedimentos como redução do estômago e lipoaspirações de grande porte
também desencadeiam queda excessiva", afirma Barsanti.
Qualquer que seja a origem do problema, os especialistas afirmam que as
chances de cura são grandes. "Já que em medicina não dá para falar em
100%, digamos que pelo menos 95% dos casos de alopecia feminina podem ser
solucionados", diz BEDIN.
Pesquisa: Intyernet
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