3 de setembro de 2019

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BEDIN V.I.P.

ELÓI BEDIN 

Eloi BEDIN 

Fogo na BR-163: concessionária nega ajuda e incêndio atinge fazenda
Além de palhada de milho, a queimada destruiu 20 anos de incorporação de matéria orgânica no solo. Fazenda pode levar anos para recuperar potencial produtivo

02 de setembro de 2019 às 20h29
Por Pedro Silvestre, de Sorriso (MT)



Produtores rurais de Mato Grosso com propriedades às margens da BR-163 estão em alerta. A combinação entre vegetação seca e combustível de veículos tornaram frequentes os incêndios na região.


Elói BEDIN , de Sorriso (MT), perdeu quase 200 hectares de palhada de milho e 20 anos de incorporação de matéria orgânica no solo. Ele registrou o boletim de ocorrência e quer saber quem vai responder pelos danos. “Está fácil para ONGs e artistas colocarem [as queimadas] na conta do produtor, mas isso ninguém vem aqui olhar. Eles têm que saber o que realmente está acontecendo neste país”, afirma.

O produtor diz que o prejuízo poderia ter sido evitado se a concessionária Rota do Oeste, responsável pela BR-163, não tivesse negado ajuda. “Não tinha mais do que 16 metros quadrados de incêndio quando meus funcionários solicitaram o caminhão-pipa deles. Eles se recusaram e disseram que não tinham acesso para vir”, relata.

Elói BEDIN, de Sorriso (MT), perdeu quase 200 hectares de palhada de milho e 20 anos de incorporação de matéria orgânica no solo
Elói BEDIN, de Sorriso (MT), mostra o estrago causado pelo incêndio. Foto: Pedro Silvestre/Canal Rural

Além da propriedade dele, a queimada se estendeu também para a propriedade do tio de Eloy. O incêndio destruiu cerca de 600 hectares entre área de Reserva Legal e cobertura de palhada de milho. “O prejuízo vem a longo prazo. A área vai demorar de cinco a seis anos para voltar ao potencial que tinha antes”, conta o gerente da fazenda, Edroaldo Carlos Zatti.


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A Rota do Oeste alega que seus funcionários são treinados para atuar no combate a pequenas chamas e que o incêndio registrado era de médio porte, sendo necessária a intervenção do Corpo de Bombeiros. “As equipes foram imediatamente acionadas para atendimento da situação e contaram com apoio e suporte do aparato da concessionária, por meio da disponibilização de caminhão-pipa”, comunica.

Às vésperas do início de mais uma safra, o agricultor Moacir Smaniotto Junior precisou da ajuda de funcionários e vizinhos para salvar das chamas 5.000 hectares de palhada de milho e todo o algodão recém-colhido.

Smaniotto Junior também culpa a concessionária responsável pela manutenção da rodovia. “Eles não têm tanque d’água, nem métodos de prevenção de incêndio. A faixa de domínio está abandonada”, diz.



Moacir Smaniotto Junior precisou da ajuda de vizinhos para controlar o incêndio
. Foto: Pedro Silvestre/Canal Rural

O produtor desabafa, ainda, que tudo fica na conta do setor produtivo, que ainda é acusado de causar as queimadas. “Não queremos fogo. Queremos proteger o solo e a palhada, que é a nossa produtividade”, afirma.


Números impressionam
Sorriso (MT) tem registrado 25% mais casos de queimadas em propriedades rurais frente ao ano passado, segundo o sindicato rural. Thiago Nogueira, presidente da entidade, afirma que grande parte dos incêndios começam do lado de fora da porteira.

“Um produtor menor chegou a perder 80% da área. É um dado alarmante, que nos preocupa muito, porque isso vai refletir na produção. A terra é a poupança do agricultor. Ele investe nela e o fogo vem e leva tudo embora. Aí ele precisa começar do zero, gastando o dobro em adubação e correção de solo. Isso faz com que ele se descapitalize e produza mal nas demais safras”, conta.

Pesquisa:Internet

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