20 de dezembro de 2023


 Postagem 5.069

BEDIN V.I.P.

PROF.DR.VALCINIR BEDIN


Prof. Dr. Valcinir BEDIN, MD, MSc, Phd, PD

Registros
Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo – 39013
Registro de Qualificação de Especialista em Dermatologia –85178
Registro de Qualificação de Especialista em Nutrologia – 49981

Formação
Médico pela Universidade de São Paulo –USP –Brasil
Mestre em Medicina pela Universidade de Campinas – UNCAMP –Brasil
Doutor em Medicina pela Universidade de Campinas – UNICAMP – Brasil
Pós Doutorado em Educação – Florida Christian University – FCU – EUA



Fragrância funcional e cabelos
Novembro/Dezembro 2023
Valcinir BEDIN 

colunistas@tecnopress-editora.com.br
Valcinir BEDIN 

O que faz com que sintamos cheiros? Quais são as estruturas anatômicas envolvidas neste processo tão peculiar da maioria dos seres vivos? Existem, nesta ótica, dois tipos de materiais no universo. Os que podemos cheirar porque desprendem partículas e os chamados inodoros, que não têm cheiro. No ar atmosférico, além de gases (oxigênio, nitrogênio, hélio e gás carbônico), há inúmeras partículas voláteis, mas nem todas estimulam o sentido da olfação humana (o sentido do “cheiro”). Podemos sentir em torno de 2 mil a 4 mil odores diferentes.

O órgão da olfação localiza-se dentro do nariz e capta as substâncias químicas voláteis do ar inspirado. Quando um determinado cheiro nos chama atenção, o investigamos olfativamente, aumentando a frequência de inspirações curtas, e dilatamos as narinas.

O nariz também participa do processo respiratório. É formado pela pirâmide nasal (a parte que se destaca na face) e pelas fossas nasais (as narinas e o espaço que existe no seu interior). As duas fossas são separadas pelo septo nasal, uma estrutura cartilaginosa. A parede no interior do nariz é úmida graças às secreções mucosas que as células do trato respiratório produzem. O muco forma uma capa de proteção, prendendo a poeira do ar inalado. Os pelos que crescem dentro das narinas exercem a mesma função, servindo de barreira física para as partículas maiores durante a inspiração. Então, quando o ar entra, é limpado, umedecido e aquecido e, no ar inalado, estão as partículas voláteis que evocam o sentido do olfato. Ao inspirarmos, o ar inalado dirige-se do nariz aos pulmões. As partículas que provocam o cheiro ficam aderidas no epitélio olfatório, dentro da cavidade nasal. Esse epitélio possui células olfatórias, células de sustentação, células produtoras de muco e células basais. Numa superfície de 10 cm2, há entre 10 a 20 milhões de células olfatórias, cujas partículas interagem com os cílios. Essa interação resulta na geração de impulso nervoso.

Os cílios das células olfatórias possuem moléculas receptoras específicas para determinadas moléculas odoríferas e, quando ambos se encaixam, a célula sensorial gera impulsos elétricos (ou impulsos nervosos). O sinal nervoso é enviado para o cérebro, onde, finalmente, a interpretação ocorre. A especificidade entre o receptor e a molécula odorífera é tanta, que a molécula d-carvona evoca o cheiro da semente de alcaravia (um tipo de cominho árabe), mas, se ela for modificada para l-carvona, evocará o cheiro de hortelã!

Assim como toda experiência sensorial, a percepção olfativa desperta experiências emocionais e comportamentais.

Cada pessoa tem uma forma diferente de sentir odores. Há algumas que não sentem cheiro, condição chamada de anosmia.

As frutas e as flores produzem ésteres que evocam seus cheiros típicos. A indústria química produz vários flavorizantes (aromas artificiais) que são acrescentados na constituição de alimentos industrializados com a finalidade de estimular o sentido olfatório e gustativo do consumidor.

Você já deve ter ficado resfriado, com o nariz ‘entupido’, e percebido que não está sentindo direito o cheiro nem o gosto dos alimentos. Isto acontece porque os odorantes não alcançam os receptores olfatórios por causa da intensa secreção mucosa vindo das vias aéreas do trato respiratório. Se não é possível realizar a transformação do estímulo químico em sinal sensorial, a via olfatória não poderá ativar o córtex olfatório. Além disso, quando a comida está dentro da boca, há a liberação de partículas voláteis que chegam até o epitélio olfatório, através da comunicação que se dá entre a faringe e a cavidade nasal. Em outras palavras, o gosto do alimento não depende apenas do sentido gustativo, mas também do seu aroma.

O perfume, por definição, é uma mistura de óleos essenciais aromáticos, álcool e água em determinadas proporções, que produz um aroma agradável e duradouro. As fontes de extração são muito variadas: flores, frutas, sementes, cascas, madeiras, musgos, resinas e até secreções glandulares (como o almíscar). O perfumista cria uma determinada fragrância combinando várias essências.

Os produtos capilares podem e devem ser associados a fragrâncias funcionais para que eles tenham, além da sua função específica, mais um atributo associado. Cabe ao formulador buscar qual característica ele quer adicionar ao seu produto final.


Pesquisa:Internet

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