16 de março de 2021

 

Postagem 3.456


HISTÓRIA 

CASA BEDIN (CAXIAS DO SUL)

Jornal A Época / reprodução

Anúncio da Casa Bedin publicado no jornal O Momento de 24 de julho de 1948

Caxias no tempo das lojas de “fatiotas”

Antigo termo predominante no linguajar da Serra Gaúcha, até hoje ele evoca o traje masculino para ser usado em ocasiões especiais
16/03/2021 - 10h22min Rodrigo Lopes

 

 Reno Mancuso,acervo de Renan Carlos Mancuso / Divulgação

 Caxias, 1947: loja "A Realidade", na esquina das ruas Sinimbu e Dr. Montaury, era uma das tantas que comercializavam fatiotas, chapéus, camisas, gabardines e sobretudos
Reno Mancuso,acervo de Renan Carlos Mancuso / Divulgação

Do Magnabosco à Casa Gaúcha, da Loja Renner ao Prataviera, da Casa Bedin ao Alfred, passando por alfaiatarias como La Bomba, Caberlon, Muner, Rossi, entre dezenas de outras, todas vivenciaram o auge das “fatiotas”, antigo termo predominante no linguajar da Serra Gaúcha e que até hoje evoca o traje masculino mais formal, de melhor corte e qualidade, sob medida, para ser usado em ocasiões especiais. Em resumo: o terno.

 

Atire a primeira pedra quem não recorda de pai, tio, avô ou conhecido de mais idade separando a “fatiota” para “fazer um retrato no estúdio”, ir na missa, no antigo footing dominical da Praça Dante, no casamento de fulano, na formatura, nas bodas, em algum batizado, num aniversário ou simplesmente para “abafar” ou “fazer grau” - as expressões de antigamente para o atual “causar”.

Publicidade
 Nos anúncios desta página, publicados em jornais editados em Caxias entre os anos 1930 e 1960, algumas lojas e estabelecimentos que ofertavam ”fatiotas” e dezenas de outras mercadorias. Entre elas, a efêmera “A Realidade”, localizada no antigo sobrado da família Serafini, na esquina das ruas Sinimbu e Dr. Montaury. O registro acima, de 1947, é contemporâneo do reclame da loja veiculado pelo jornal “A Época” na edição de 17 de junho de 1948 (abaixo).

 

 Jornal A Época / reprodução


Jornal A Época / reprodução
Anúncio da loja "A Realidade" publicado no jornal A Época de 17 de junho de 1948
Jornal A Época / reprodução

Jornal A Época / reprodução

Jornal A Época / reprodução
Anúncio da Casa Bedin publicado no jornal O Momento de 24 de julho de 1948

Anúncio das Lojas Caxienses publicado no jornal O Momento de julho de 1948
Jornal A Época / reprodução

Jornal A Época / reprodução


Anúncio da Casa Avenida publicado no jornal Caxias Magazine de março de 1959
Jornal A Época / reprodução


Casa Gaúcha, um clássico do CentroCasa Gaúcha, um clássico do Centro
Prédio do Banco do Brasil em 1958Prédio do Banco do Brasil em 1958
Anúncios da Casa Gaúcha
A lendária Casa Gaúcha, na Rua Sinimbu próxima à Dr. Montaury, também ficou eternizada por comercializar peças destinadas ao público masculino. Chapéus e fatiotas dominavam os estoques desde a década de 1930, conforme vemos nos anúncios abaixo e na foto do início dos anos 1950

 Jornal A Época / reprodução

Anúncio da Casa Gaúcha publicado no jornal O Momento de 2 de maio de 1933
Jornal A Época / reprodução

Reprodução

Anúncio da Casa Gaúcha publicado no jornal O Momento de 2 de janeiro de 1930
Reprodução

Studio Geremia / Acervo Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami,divulgação

Studio Geremia / Acervo Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami,divulgação
Caxias, 1951: a Casa Gaúcha (no térreo do prédio à esquerda) e a propaganda dos chapéus Ramenzoni na lateral. Em primeiro plano, o antigo pavilhão das Feiras Livres de Hosrtifrutigranjeiros. Terreno posteriormente receberia o novo Banco do Brasil, na esquina da Sinimbu com a Dr. Montaury, em 1955
Studio Geremia / Acervo Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami,divulgação

Ocasiões especiais

Ir ao lendário Studio Geremia, na Av. Júlio de Castilhos, 1.872, para eternizar a família ou um evento especial implicava em usar a melhor roupa, sempre. Abaixo, dois exemplos típicos:

 Na foto vertical, vemos o diretor Júlio João Eberle e o engenheiro e ex-presidente do Caxias Tennis Club Ely Mascia em meados dos anos 1940, época em que a Taça Eberle era oferecida pela Maesa aos vencedores dos jogos disputados por tenistas e equipes do RS.

Na sequência, o casal Ciro Rech e Rosina Bisol com os filhos Júlia (sentada ao centro), João, José, Cláudio, Oscar e Laurindo (em pé), em 1948. Todos “de fatiota”, óbvio...


 Studio Geremia / Reprodução do livro História de Caxias do Sul - 4º Tomo,de João Spadari Adami,de 1966

Studio Geremia / Reprodução do livro História de Caxias do Sul - 4º Tomo,de João Spadari Adami,de 1966
De fatiota e com a Taça Eberle: Júlio João Eberle e Ely Mascia nos anos 1940
Studio Geremia / Reprodução do livro História de Caxias do Sul - 4º Tomo,de João Spadari Adami,de 1966
Studio Geremia,Acervo de família / divulgação
De fatiota no Studio Geremia: o casal Ciro Rech e Rosina Bisol com os filhos Júlia (sentada ao centro), João, José, Cláudio, Oscar e Laurindo (em pé), em 1948
Studio Geremia,Acervo de família / divulgação


Os primórdios do tênis em CaxiasOs primórdios do tênis em Caxias
Roupa de domingo

 Studio Geremia,Acervo de família / divulgação

Em pequenas comunidades e vilas do interior do Rio Grande do Su, a fatiota também era (é) a “roupa de domingo” por excelência entre os homens. Equivalente ao terno, o vocábulo típico dialoga com uma série de outros bastante usuais entre os gaúchos no quesito vestimentas, como cuecão (ceroula), tope (laço) e carpim (meia). 

Pesquisa:Internet


Nenhum comentário:

Postar um comentário