Postagem 309
BEDIN V.I.P
ARTHUR BEDIN
Imagino a tua casa, princípio e fim de todos dias. Imagino as paredes, as cadeiras, as mesas, tua cama para deitar. Especulo o chão em que pisas, os móveis em que penduras tua vida. Aquele canto de pó, fadado a ser invisível à tua desatenção. As altas prateleiras dos armários velhos. Os tapetes, teus pés no sofá.
Imagino teus discos, teus livros, os tantos papéis de tua vida. Adivinho a cor dos teus cabelos, a forma de teus olhos, o som das tuas palavras, o ritmo do teu passo certo.
Cogito do teu olhar que me levará de vencida. Quero saber teu riso, teu pescoço, teus braços, ombros, pernas. Mãos e rosto.
Imagino o que fazes no teu tempo, tua música, teus textos. Onde andas, se já te lancei algum olhar, se te encanta o mistério da vida e do futuro.
Só conheço a tua ausência, agora.
Pesquisa da internet.
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