24 de julho de 2014

Postagem 183
BEDIN V.I.P
SUSAN BEDIN


A invenção do amor líquido
     A invenção do amor é um curta-metragem animado que traz uma ideia simples – um casal, o mundo tecnológico triste e o amor. Com trilha sonora que dá ritmo de leitura às imagens em estilo steampunk, Andrey Shushkov marca seu TCC (Trabalho de conclusão de curso) na University of Culture and Arts.
     O casal do curta vive em aparente harmonia com o mundo das máquinas, onde tudo pode ser criado e recriado, exceto o amor. A história ingênua nos faz refletir sobre a capacidade de amar e ser amado, seja esse amor direcionado ao próximo, ao nosso parceiro ou a nós mesmos.
     Na era da Modernidade Líquida, as relações são cada vez mais instáveis com altos níveis de insegurança. Os relacionamentos em redes sociais geralmente não são suficientes para criar laços profundos e verdadeiros entre as pessoas. A capacidade de tratar o outro como humano é prejudicada, sendo distorcida pelo medo da perda. É como se os relacionamentos leves e frouxos não nos causassem dor e por isso preferimos ligações virtuais fáceis de entrar e sair.
     Em A invenção do amor a morte prematura da esposa nos faz recordar do  “até que a morte nos separe”, que no mundo virtual poderia se resumir ao ato de apertar a tecla e deletar.
      A proposta do curta e a reflexão do sociólogo Zygmunt Bauman é uma constatação do mundo atual propenso a mudanças repentinas e muitas vezes fatais para os relacionamentos.

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